A incorporadora e construtora Tenda (ex-controlada da Gafisa) fechou o quarto trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 36,2 milhões, uma alta de 79,4% em comparação com o mesmo período de 2016, segundo balanço publicado nesta quinta-feira, 8.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado chegou a R$ 58,5 milhões, avanço de 23,4% na mesma base de comparação. A receita líquida somou R$ 357,2 milhões, crescimento de 24,5%.

No acumulado de 2017, o lucro líquido da Tenda atingiu R$ 106,7 milhões, crescimento de 88,3% comparado com 2016. O Ebitda ajustado totalizou R$ 169,5 milhões, alta de 30,2%. A receita foi a R$ 1,358 bilhão, elevação de 29,0%.

A melhora nos resultados da Tenda reflete o aumento da receita e os ganhos de escala com os lançamentos e as vendas de imóveis, com foco nas faixas 1,5 e 2 do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).

As vendas líquidas tiveram alta de 39,1% no quarto trimestre, chegando a R$ 433,5 milhões, enquanto o volume de lançamentos cresceu 22,6%, para R$ 458,3 milhões. No fim de 2017, a incorporadora iniciou suas atividades na região metropolitana de Curitiba.

A Tenda também obteve melhora no resultado financeiro líquido, que ficou negativo em apenas R$ 100 mil no quarto trimestre de 2017, ante R$ 5,5 milhões um ano antes. A construtora conseguiu ampliar as receitas financeiras com maior volume de caixa aplicado, e reduzir os gastos financeiros em função da queda dos juros no País e da quitação da debênture junto ao FGTS.

Em sua apresentação de resultados, a direção da Tenda afirmou que tem verificado, desde novembro, uma normalização no ritmo de concessão de financiamentos pela Caixa Econômica Federal, após gargalos registrados ao longo do segundo semestre de 2017. Segundo a direção, a eficiência em repasses e consequente geração de caixa deu à Tenda uma posição considerada confortável, com robusta estrutura de capital.

Por outro lado, ponderou que a rentabilidade ainda é impactada por contingências relacionadas aos empreendimentos antigos, que tiveram atrasos de obras, distratos e processos de consumidores na Justiça. O pico destes processos ocorreu em 2017, quando totalizaram R$ 51,8 milhões, alta de 144,0% ante 2016. No entanto, a tendência deve ser revertida no médio prazo, com redução mais efetiva a partir de 2019, estimou a companhia.