Pouco mais de um mês após a maior catástrofe natural de sua história, cidade serrana no Rio volta a sofrer com deslizamentos e alagamentos. Volume de chuvas neste domingo supera o esperado para todo o mês de março.Um temporal voltou a castigar Petrópolis, na região serrana do estado do Rio, neste domingo (20/03). Sirenes de alerta voltaram a ser acionadas na cidade.

A Defesa Civil confirmou ao menos cinco mortos e quatro desaparecidos. Uma pessoa foi resgatada com vida pelo Corpo de Bombeiros. Equipes de assistência estão atendendo 149 pessoas desalojadas em pontos de apoio da prefeitura.

Defesa Civil do estado e Corpo de Bombeiros mobilizados em Petrópolis

Um boletim divulgado na madrugada desta segunda-feira contabiliza 95 ocorrências registradas na cidade, entre deslizamentos e alagamentos.

“Foi um dia difícil, principalmente depois das 15h, quando Petrópolis foi novamente vítima de grande chuva. Foram mais de 300 milímetros que atingiram a cidade”, disse o prefeito Rubens Bomtempo, em vídeo publicado em sua rede social nos primeiros minutos desta segunda-feira.

De acordo com meteorologistas citados pela Rádio CBN, o volume de chuva neste domingo superou o esperado para todo o mês de março na cidade, que é de em torno de 250 milímetros.

No sábado, a Defesa Civil havia emitido alerta sobre a possibilidade de novas chuvas fortes a partir de domingo. O órgão informou que, diante da previsão, equipes operacionais já estavam de sobreaviso e preparadas para receber pessoas em 19 abrigos em caso de necessidade.

As chuvas devem continuar pelo menos até quarta-feira, segundo meteorologistas. Moradores de áreas de risco foram orientados a buscar um local seguro.

Nova tragédia

Em 15 de fevereiro, Petrópolis foi praticamente devastada por um temporal, considerado a maior catástrofe natural da história da cidade, com 233 mortos.

Quatro pessoas estão desaparecidas desde então. As equipes do Corpo de Bombeiros seguem com o trabalho de buscas no Morro da Oficina, onde ainda estaria uma vítima soterrada, e ao longo do rio Quitandinha, a procura de outras três levadas pela força da água.

Segundo o portal G1, duas das mortes ocorridas após as chuvas deste domingo foram registradas no Morro da Oficina, a área mais afetada pelo temporal do mês passado.

“Infelizmente, o caso é semelhante ao que vimos em fevereiro. Mais uma vez, Petrópolis acumula um grande volume de chuvas em um curto espaço de tempo. Para se ter uma ideia, o Cemaden [Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais] detectou 118 milímetros em menos de uma hora. Isso equivale praticamente à metade da média de chuva prevista para todo o mês de março”, disse o meteorologista César Lopes em entrevista à Globo News.

“O que estamos prevendo ao longos dos próximos dias, pelo menos até quarta-feira, indica uma condição similar ao que ocorreu em fevereiro, infelizmente. Ainda há previsão de mais alagamentos e risco, com esse solo mais úmido, de deslizamentos”, afirmou.

LF (ABR, ots)