Os microplásticos, resíduos que medem menos de 5 milímetros, são uma “praga” dos oceanos. Mas o seu potencial poluidor vai muito além dos sete mares. De acordo com um estudo desenvolvido por pesquisadores sul-coreanos e pela organização não-governamental Greenpeace, do Leste Asiático, o sal de cozinha é um exemplo dos efeitos nocivos dos microplásticos. Das 39 marcas desse tempero testadas, 36 continham o resíduo – o equivalente a 92% do consumo global. Isso significa que uma pessoa que consome 10 gramas de sal por dia pode estar ingerindo, em média, 2 mil microplásticos por ano. Se acumulados no trato gastrointestinal, eles podem causar danos intestinais, distorção da absorção de ferro e estresse hepático. A pesquisa analisou 39 amostras de marcas comercializadas em 21 países da Europa, África, Ásia, América do Norte e América do Sul e foi publicada na revista americana Environmental Science &Technology. “Para limitar nossa exposição aos microplásticos, medidas preventivas são necessárias, como controlar o descarte e reduzir o desperdício de plásticos”, disse Seung-Kyu Kim, professor de ciências marinhas da Universidade Nacional de Incheon, na Coreia do Sul.

(Nota publicada na Edição 1093 da Revista Dinheiro)