Com a popularidade em índices muito baixos e enquanto aguarda a tramitação da denúncia por corrupção passiva na Câmara, o presidente Michel Temer realizou uma solenidade nesta quarta-feira, 12, no Palácio do Planalto em que ofereceu a empresários, banqueiros e aliados o palanque para discursos positivos e de apoio ao governo.

Com um protocolo diferente do tradicional, a cerimônia, que durou quase duas horas, teve dez discursos. Último a discursar, Temer exaltou no início da sua fala que a cerimônia tinha tantos oradores que fazia do ato uma grande “reunião de trabalho”.

Nos discursos, além da defesa do governo, todos exaltaram a aprovação da reforma trabalhista ontem pelo Senado e agenda de reformas do governo. Os oradores também destacaram – assim como tem feito Temer – que seu governo conseguiu implementar muitas medidas em “muitos pouco tempo”.

Além de Temer e dos ministros Dyogo Oliveira (Planejamento), Bruno Araújo (Cidades), Henrique Meirelles (Fazenda), também falaram os presidentes do Banco do Brasil, Paulo Caffareli; do BNDES, Paulo Rabello de Castro; da Caixa, Gilberto Occhi. Também puderam usar o palanque os representantes de municípios como Jonas Donizete, presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, e Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional de Municípios.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Rodrigues Martins, que também falou no evento, chegou a usar a expressão defendida por Temer de que o país não pode parar e disse que o presidente podia contar com o setor para aprovar as reformas.

Esforço

Conforme mostrou nesta terça-feira, 11, o Broadcast político, em meio às articulações para barrar a denúncia por corrupção passiva na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no Plenário, Temer vai manter a estratégia de criar agendas positivas e usar os seus discursos em cerimônias para reforçar que se governo – apesar de ser de transição – é o único capaz de implementar as reformas e também traçar o caminho para a retomada do crescimento.

Auxiliares do presidente dizem que ele está emocionado e indignado com os últimos acontecimentos e que suas falas atestam sua disponibilidade em continuar na luta, incluindo a reaglutinação da base aliada em prol da agenda do governo.