O presidente da Telefônica Brasil (dona da Vivo), Christian Gebara, disse estar confiante com a proposta conjunta apresentada por Vivo, TIM e Claro no valor de R$ 16,5 bilhões para aquisição da rede móvel da Oi. Para que a negociação siga adiante, porém, o trio terá de aguardar até 3 de agosto, quando termina o acordo de exclusividade assinado pela Oi com a Highline do Brasil, empresa que também apresentou uma oferta pelas redes móveis da tele. Depois disso, o acordo entre ambas poderá ser prorrogado, ou a Oi poderá escolher ficar livre para negociar com outras proponentes.

“Estamos confiantes com a proposta que fizemos”, disse Gebara, durante entrevista à imprensa realizada nesta quarta-feira, 29.

Questionado se a companhia teria disposição em aumentar os valores da oferta, ele evitou falar em números, mas reiterou o interesse na transação. “Deixamos claro o interesse nessa segunda oferta vinculante, e acreditamos que ela está dentro do razoável. Não dá para prever a reação que teremos a partir de agora”, afirmou. “Teremos que aguardar até 3 de agosto (uma resposta) sobre a atratividade da nossa oferta e a das outras (ofertas) que eles têm para, a partir daí, entrarmos em mais detalhes”, explicou.

O executivo argumentou que a proposta conjunta de Vivo, TIM e Claro é a que, na sua avaliação, tem condições de “extrair mais valor do negócio”.

Segundo ele, os clientes da Oi teriam mais segurança para migrarem para as três operadoras, com experiência no mercado nacional. Embora não tenha citado a outra proponente, trata-se de uma referência ao fato de que a Highline não atende diretamente o consumidor final.

Gebara disse ainda que Vivo, TIM e Claro estão bem posicionadas para obter sinergias entre os seus negócios e os clientes, canais de venda e infraestrutura de rede móvel da Oi. Além disso, ele defendeu eu a Vivo tem um balanço consistente, endividamento baixo e boa capacidade de financiamento para fazer frente aos desembolsos.

O presidente da Telefônica não revelou como seria a repartição dos ativos da Oi entre o trio, caso sua proposta seja aceita. Mas disse que a lógica dessa partilha – conforme já esperado pelo mercado – será a de evitar concentração de clientes e frequências, abrindo caminho para que as empresas obtenham as permissões junto ao Cade.

Gebara comentou ainda que assumir a posição de stalking horse (principal proponente) na disputa pelos ativos da Oi traz a vantagem de ser o último a dar um lance e ter o poder final de decisão. No entanto, não é um fator decisivo. “É preferencial, mas não é a única alternativa”.

Caso a transação não prospere, “é vida que segue” acrescentou, lembrando que a Vivo é líder no mercado de telefonia móvel e ainda tem a chance de ampliar a quantidade de espectro por meio do leilão do 5G, previsto para 2021.

TIM

O presidente da Telefônica Brasil disse ainda esperar começar a capturar as sinergias decorrentes do acordo para compartilhamento de redes com a TIM a partir do ano que vem. Telefônica e TIM já receberam a aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para o compartilhamento de infraestrutura de rede.

Serão compartilhadas infraestrutura de redes móveis para as tecnologias 2G, 3G e 4G. Na prática, as empresas vão usar as mesmas torres para retransmissão do sinal.

As operadoras dizem que a autonomia comercial e de gestão de clientes será preservada em cada uma, permitindo maior eficiência operacional e financeira para ambas as companhias.