Por Elvira Pollina

MILÃO, Itália (Reuters) – A Telecom Italia assinou um acordo preliminar com o investidor estatal italiano CDP para combinar ativos de telefonia fixa em uma tentativa de abrir caminho para uma única rede de banda larga em todo o país, disseram as empresas na noite de domingo.

Sob o plano, a Telecom Italia vai fundir sua rede fixa com a da rival de banda larga Open Fiber, controlada pelo CDP, como parte dos esforços de recuperação da empresa por meio de uma separação completa de sua rede fixa das operações de serviços.

O acordo preliminar também foi assinado pelos fundos de infraestrutura Macquarie e KKR, que detêm participações minoritárias, respectivamente, na Open Fiber e na unidade de rede da Telecom Italia.

Tanto a KKR quanto a Macquarie serão investidores minoritários na entidade de rede única.

A KKR decidiu se juntar ao projeto Telecom Italia-CDP depois que a companhia italiana rejeitou a proposta para ser adquirida pela norte-americana por 10,8 bilhões de euros.

As ações da Telecom Italia subiram até 4% no início do pregão, superando o índice blue-chip da Itália.

A CDP, que é o segundo maior investidor da Telecom Italia, com 10% de participação, possui 60% da Open Fiber e controlará a rede combinada, segundo comunicado. As partes pretendem negociar um acordo vinculante até o final de outubro.

Um acordo estará sujeito à aprovação das autoridades antitruste nacionais e da União Europeia. Os acionistas da Telecom Italia também terão que aprovar. Analistas estimam que a conclusão da transação levará até dois anos.

A Itália deseja criar uma rede de banda larga única para evitar a duplicação de investimentos e acelerar a implantação da fibra óptica e a digitalização de sua economia.

As ações da Telecom Italia acumulam queda de 38% desde o início deste ano até o fechamento de sexta-feira.

A separação de sua infraestrutura de rede dará à Telecom Italia recursos para desenvolver serviços de dados e conectividade para consumidores e empresas, disse o presidente-executivo, Pietro Labriola, em mensagem aos funcionários vista pela Reuters nesta segunda-feira.

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