Os juros futuros fecharam a sessão regular entre a estabilidade, nos contratos de curto prazo, e alta na ponta longa, em comportamento descolado do ambiente externo, onde o real é uma das poucas moedas emergentes em queda no período da tarde desta quinta-feira, 16. A despeito da melhora do humor nos mercados lá fora, internamente pesam as incertezas com a eleição presidencial, em meio a temores de que o Ministério Público possa abrir denúncia contra Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, que é o nome que mais agrada ao mercado para assumir o País a partir de 2019.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 8,20%, de 8,19% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2021 subiu de 9,22% para 9,26%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 10,79%, de 10,71% no ajuste de quarta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2025 avançou de 11,42% para 11,50%.

As taxas estavam em queda pela manhã, alinhadas ao recuo do dólar global do dólar, refletindo expectativa de melhora nas relações comerciais entre a China e os Estados Unidos. O Ministério do Comércio da China informou comunicou que o vice-ministro, Wang Shouwen, viajará a Washington neste mês para se encontrar com o subsecretário do Tesouro americano, David Malpass, a fim de reiniciar o diálogo bilateral.

No começo da tarde, porém, os ativos domésticos pioraram bruscamente e as taxas passaram a subir, após informações extraoficiais de que o tucano poderia ser denunciado.

Alckmin prestou na quarta depoimento ao Ministério Público de São Paulo e negou ter recebido recursos ilícitos da Odebrecht em suas campanhas a governador em 2010 e 2014. Os pagamentos no valor de R$ 10,3 milhões foram citados por três delatores da empreiteira no acordo de colaboração fechado com a Procuradoria-Geral da República no âmbito da Operação Lava Jato.

Às 16h36, o dólar à vista subia 0,09% ante o real, aos R$ 3,9015, e o Ibovespa caía 0,37%, aos 76.790,40 pontos.