Os juros futuros sobem na manhã desta quinta-feira, 30, em meio à avaliação de que o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) serviu apenas para reforçar a aposta já existente no mercado de que a Selic cairá 1 ponto porcentual, para 11,25% na reunião de abril, segundo operadores. Há expectativas sobre o leilão de títulos do Tesouro, que ampara um viés de alta.

Às 9h20, as taxas mais curtas eram as mais negociadas. O DI para julho de 2017 exibia 10,990%, de 10,980% no ajuste de quarta-feira. O DI para janeiro de 2018 estava em 9,860%, de 9,825% no ajuste anterior.

As vendas no varejo ficaram em segundo plano num primeiro momento e os cortes de gastos, disse um profissional, estava “precificado”.

As vendas do comércio varejista caíram 0,7% em janeiro ante dezembro, na série com ajuste sazonal, abaixo do intervalo das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast (queda de 0,30% a alta de 1,50%, com mediana positiva de 0,60%. Na comparação com janeiro de 2016, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram recuo de 7,0% em janeiro de 2017 – pior que as projeções (de queda de 3,30% a 5,50%, com mediana negativa de 4,20%). As vendas do varejo restrito acumularam retração de 7,0% no ano e queda de 5,9% em 12 meses.

No RTI, o Banco Central avalia que a queda na inflação espalhada por mais setores fortalece a chance de cortes de juros maiores nas próximas reuniões do Copom, em comparação às duas últimas decisões do colegiado. Em ambas as ocasiões o corte na Selic – atualmente em 12,25% ao ano – foi de 0,75 ponto porcentual.

Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,01% em março ante avanço de 0,08% em fevereiro, a mais baixa para o mês desde 2009 e dentro do intervalo das estimativas (-0,05% e +0,22%), e abaixo da mediana de 0,05%.