Os juros futuros fecharam em forte queda, influenciados pelo resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, pelo dólar e rendimento dos Treasuries em queda. Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 tinha taxa de 10,070%, de 10,250% no ajuste anterior; a taxa do DI janeiro de 2019 caiu para 9,56% e fechou na mínima, de 9,80% no último ajuste; e o DI janeiro de 2021 fechou em 9,97%, de 10,20%.

O IPCA subiu 0,33%, taxa abaixo do piso das previsões coletadas pelo Projeções Broadcast, que iam de 0,36% a 0,53%, com mediana de 0,43%. Com isso, boa parte do mercado migrou para a aposta de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai acelerar o corte da Selic para 1 ponto porcentual no encontro de abril.

Esse movimento provocou forte ajuste de baixa nos contratos de curto prazo, uma vez que até a quinta a aposta majoritária era de um novo declínio de 0,75 ponto porcentual. “Veio um IPCA bem mais baixo que o previsto. Com isso, muita gente está revendo projeção de IPCA 2017 para abaixo da meta e criando expectativa de que na próxima reunião venha corte maior da Selic”, afirmou o diretor da Mafre Investimentos, Carlos Eduardo Eichhorn.

Segundo operadores, a curva a termo precificava nesta tarde em torno de 80% de probabilidade de uma queda de 1 ponto porcentual e 20% de chance de redução de 0,75 ponto.

Mesmo com a parte curta da curva em queda firme, os contratos longos caíram ainda com mais força, conduzidos pela queda do dólar abaixo dos R$ 3,15 e também pela devolução da alta dos juros dos Treasuries.

Às 16h31, o dólar à vista recuava 1,65%, aos R$ 3,1418, e a T-Note de dez anos se afastava dos 2,60%, em 2,576%. Apesar da criação de postos de trabalho nos EUA em fevereiro, de 235 mil, ter vindo bem acima do previsto (197 mil), o crescimento salarial ficou abaixo do esperado, o que pode trazer alívio à inflação, e o mercado já questionar o ritmo de altas de juros pelo Federal Reserve (o banco central norte-americano) neste ano.