A fabricante de armas Taurus foi proibida de participar de licitações e contratações de órgãos públicos no estado de São Paulo por dois anos. O impedimento acontece após a Polícia Militar constatar falhas no funcionamento de pistolas da empresa, vendidas ao estado de 2007 a 2011.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, a Taurus ainda terá que desembolsar R$ 12,7 milhões em multas, valor correspondente a 20% do valor do armamento que apresentou falhas.

+ Venda de armas de fogo chega a quase 74 mil unidades no 1º semestre
+ Operação da PF mira em tráfico internacional de armas
+ Lobby das armas se reuniu 73 vezes no governo federal

A decisão da Consultoria Jurídica da Polícia Militar foi publicada na edição de sábado (25) do Diário Oficial do Estado de São Paulo e destacou um relatório do Instituto de Pesquisas tecnológicas (IPT). O levantamento indicou que as falhas atingiram entre 86,9% e 95,3% do total de pistolas modelo 640 e entre 41,6% e 55,8% das pistolas modelo 24/7.

A Taurus vinha apresentando recursos contra os laudos técnicos desde 2016, alegando que a perícia era nula e que as revisões feitas entre 2013 e 2015 garantiram o funcionamento dos armamentos.

Os efeitos disso foram sentidos no mercado, já que as ações da companhia tiveram queda acumulada de 1,9% nos pregões da bolsa de valores de São Paulo na segunda (27) e terça (28). Ontem, a empresa emitiu comunicado ao mercado dizendo que desde 2015 é controlada por um novo grupo, a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), e segue rígidos padrões de controle e qualidade dos produtos.