04/05/2001 - 7:00
Após analisar o nível do tanque de combustível, o dono do posto de gasolina tira o telefone celular do bolso e aciona o Wap, serviço que permite navegar na Internet a partir de aparelhos portáteis. A tela do equipamento mostra um site simplificado. O usuário coloca uma senha, enxerga um menu de opções e digita alguns números. Segundos mais tarde, recebe um aviso de que o pedido de abastecimento de gasolina foi concluído com sucesso. Essa cena já é realidade em mais de 100 postos da cidade do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. Mensalmente R$ 350 mil em litros de combustível deixam as distribuidoras da Petrobras a caminho de postos que fizeram pedidos pelo Wap. ?É uma quantidade pequena ainda, mas que cresce a cada dia?, diz José Eduardo Sobral, gerente de informática da Petrobras, que há mais de um ano fecha pedidos na rede. No vácuo da maior distribuidora do País, as concorrentes Texaco, Ale e Ipiranga também negociam pela rede para melhorar as relações com clientes e reduzir o estoque.
As distribuidoras são obrigadas contratualmente a comprar uma certa quantidade de gasolina ou álcool?, diz Marcos Isaac, vice-presidente da Ernst & Young do Brasil. ?Como o produto não pode ficar parado, elas usam a rede para empurrar o combustível aos postos o mais rápido possível.? Outro ponto positivo é a economia. ?O custo das transações pela Internet é muito baixo?, diz Edson Miranda, diretor administrativo da Ale. O portal da companhia foi lançado em agosto. Nele, os varejistas fazem pedidos e checam as contas a pagar. ?Esta é uma forma de fidelizar o cliente, que, se ficar satisfeito, vai continuar comprando comigo.? A iniciativa da Ale, contudo, conquistou menos de uma dezena de adeptos até agora. ?Os postos ainda não estão informatizados e têm um longo caminho a trilhar?, diz Sobral. Para enfrentar esse desafio, Ale, Ipiranga e Petrobras têm planos para ajudar os postos a comprar computadores. De todas elas, a Ipiranga é quem conseguiu trazer a maior fatia de clientes para o ambiente virtual: 26% já fazem pedidos na rede. Na Texaco, o índice é de 10% e na Petrobras, 3%.
Até mesmo os postos de bandeira branca, que compram de qualquer distribuidora, terão sua vez. Na quinta-feira 10 estreou o portal da Ienex. Por enquanto, o site só faz cadastros, mas quer estar fechando transações on-line no início do ano que vem. ?Pretendemos iniciar a operação com 250 clientes no começo de 2002?, diz Nelson Cury Filho, presidente da empresa.
Colaborou Fabrícia Peixoto
