Os parlamentares da base do presidente Lula e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin têm pela frente a difícil missão de mudar os rumos do projeto de lei orçamentária. O objetivo deles é evitar que o primeiro ano de governo seja praticamente perdido. Por outro lado, sabem que o tamanho do gasto extra-teto, waiver ou qualquer outra expressão que signifique licença para elevar as despesas, é o primeiro sinal da política fiscal do terceiro governo Lula. É fato que as demandas das políticas públicas e as promessas da campanha eleitoral não cabem no orçamento com a atual norma constitucional do teto. Todos sabem que essa âncora fiscal seria mudada independentemente do resultado da eleição. No Congresso, o grupo de sustentação do presidente da Câmara tem força para proteger suas emendas. Há muitas estimativas e especulações sobre o que seria o waiver, algo entre R$ 100 bilhões e R$ 400 bilhões, e a definição não será fácil e rápida.
*Arnaldo Galvão

Nova presidência da FPA não traz preocupações para governo eleito

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A troca da presidência da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), no início de 2023, não preocupa o governo eleito. O atual presidente, deputado Sérgio Souza (PR), foi suplente da então senadora Gleisi Hoffmann. Mesmo com este vínculo, ele manteve o diálogo com seus colegas da frente e com o governo Bolsonaro. A expectativa é a de que o novo presidente da FPA seja o deputado Pedro Lupion (PP-PR). Mesmo sendo Lupion parlamentar da linha de frente na defesa de Bolsonaro, os interesses do agro se sobrepõem às orientações políticas de deputados e senadores. No início da semana, a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) divulgou nota e disse receber com “naturalidade” o resultado da eleição e estar pronta para o diálogo e a cooperação com o governo eleito.

Com BC independente, Caixa, BB e Bndes ganham peso político

Sem poder escolher o presidente do Banco Central neste momento por causa da autonomia operacional prevista na Lei Complementar 179/2021, as escolhas dos presidentes de Banco do Brasil, Caixa e BNDES ganharam, proporcionalmente, peso político na equipe econômica de Lula. Os presidentes dos fundos de pensão de BB (Previ) e Caixa (Funcef) têm importância por causa do poder de investimento dessas instituições fechadas de previdência complementar.

BID: Ilan Goldfajn é bem avaliado pelo tesouro dos EUA

Wenderson Araujo

A candidatura do diretor do FMI e ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn recebeu sinais favoráveis do Tesouro americano, segundo negociadores brasileiros em Washington. Apesar de Goldfajn ter sido lançado pelo ministro Paulo Guedes, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pode aproveitar a atual conjuntura política no BID para garantir um brasileiro de perfil técnico, pela primeira vez, na presidência da instituição multilateral. As candidaturas da Argentina e do México não obtiveram apoio dos Estados Unidos para a eleição que será realizada em 20 de novembro.