Aos 40 anos, o economista carioca Nicolau Daudt é um dos mais jovens CEOs de seguradoras no Brasil. Apólices estão em seu DNA. Sua família possuía a corretora Capital Re. No início da década passada, ela se fundiu a corretoras de resseguros e à inglesa JLT, originando a JLT Brasil. Em 2008, Daudt assumiu o comando da nova companhia. Desde então, ele vem procurando renovar o sisudo ambiente das seguradoras. Além de permitir a troca de ternos por bermudas às sextas-feiras, Daudt está prospectando negócios por redes sociais como o LinkedIn.

Em conjunto com Aline Magalhães, diretora de RH, Daudt encoraja os 400 funcionários a usar a rede para fomentar novos negócios. “Estimulamos os colaboradores a mostrar seus conhecimentos e a aproveitar melhor a rede de relacionamentos”, diz ele. Sediada no Rio de Janeiro, a companhia vende seguros e resseguros para óleo e gás, seguros garantia e de transportes. Em poucas semanas, o número de seguidores da JLT na rede corporativa cresceu 5%, para 22,3 mil.

Para driblar a desaceleração na infraestrutura, que contrata 25% dos seguros no Brasil, a JLT passou a segurar os executivos, e não as obras. Reforçou as vendas de seguros de responsabilidade civil, chamada de D&O, e de garantia judicial. Isso garantiu que as receitas totais de 2016 crescessem 12% ante 2015. A companhia intermediou a subscrição de R$ 1,85 bilhão em prêmios no ano passado, alta de 2,7% ante o R$ 1,8 bilhão em 2015. As comissões cresceram 22% e as vendas de pacotes de benefícios corporativos avançaram 11,5%.

DIN1017-jlt2Globalmente, a receita da JLT aumentou 9%, para £1,26 bilhão (R$ 5,19 bilhões). Os clientes aprovam. “Daudt imprimiu uma nova visão”, diz Fernando Grossi, diretor comercial da japonesa Sompo Seguros, parceira da JLT. “Sua capacidade de incentivar a equipe tem propiciado resultados relevantes em segmentos que são bastante sensíveis.” Daudt se empenha em fomentar uma visão mais positiva entre os funcionários, apesar do cenário econômico adverso. A JLT Brasil vem crescendo por meio de aquisições.

Comprou as corretoras Unique, em 2012, e SCK, em 2014. A tarefa de reforçar a cultura corporativa esteve no topo da agenda durante 2015 e 2016. A média de idade dos funcionários é de 35 anos e os conselheiros têm, em média, 40 anos. Segundo Aline Magalhães, aulas de yoga durante o expediente e palestras filosóficas em retiros nos fins de semana ajudaram a elevar o engajamento dos funcionários para 88%, acima da média do mercado segurador, que é de 71%. “Estamos trabalhando com juventude e leveza”, diz a executiva.