Vinhos ricos, exuberantes, aveludados. Assim são alguns dos rótulos que fizeram a fama do Alentejo, em Portugal. Agora, os produtores querem ser conhecidos também por boas práticas de ESG (ambiental, social e de governança). Lançado em 2015, o Programa de Sustentabilidade Vinhos do Alentejo (PSVA) reúne 446 integrantes (42% da área de vinhedos plantados na região) e acaba de ser reconhecido pelo Investor Relations and Governance Awards, iniciativa da Deloitte que, neste ano, estreou a categoria Sustainability Initiative Award, atribuído à Comissão Vitivinícola Regional Alentejana. “A iniciativa nos coloca ao lado de outros países que já implementaram seus programas de sustentabilidade e reforça o posicionamento pioneiro do Alentejo em importantes demandas mundiais”, disse o coordenador do programa, João Barroso. “Criamos um mecanismo regional que adota as melhores práticas desde a produção da uva até a distribuição do vinho engarrafado.”

Entre as 14 regiões vitivinícolas de Portugal, o Alentejo é líder em vinhos certificados, com cerca de 40% de valor total das vendas. Entre as medidas adotadas pelos produtores que aderiram ao programa há a aplicação de técnicas naturais de conservação e aumento da fertilidade do solo, redução do uso de pesticidas, gestão de resíduos e economia de água e energia, além da valorização e engajamento da comunidade. Para isso, as vinícolas que integram o PSVA têm à disposição ferramentas e profissionais que auxiliam na avaliação de caminhos para desenvolver suas atividades na produção de uvas e vinhos de qualidade, de maneira economicamente viável e, ao mesmo tempo, preservando o meio ambiente. A produção é exportada para cinco destinos principais: Brasil, Angola, China, Estados Unidos e Polônia. E não por acaso, dois dos primeiros rótulos resultantes do PSVA já estão disponíveis no Brasil. São eles o Coelheiros 2018, importado pela Mistral (R$ 250 a garrafa do branco no site adegaonline.com.br), e Herdade dos Grous 2018, trazido pela Épice (R$ 199, o tinto, no emporiomercantil.com.br).

ANTÃO VAZ A importância do Brasil para as exportações de vinho português é tanta que a mais recente edição da feira ProWine, em São Paulo, no início de outubro, reuniu cinco estandes do país. E o consumidor tem procurado descobrir as peculiaridades dos diferentes estilos e castas autóctones de Portugal. É o caso da branca Antão Vaz, típica do Alentejo. “É uma uva que dá corpo a rótulos perfumados, estruturados e refrescantes, que combinam com o clima do Brasil e harmonizam com os mais diferentes tipos de culinárias”, afirmou Francisco Matheus, presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo. As opções disponíveis no País vão do acessível Navegante Branco (R$ 35, na CultivaBrands), Régia Colheita DOC Branco (R$ 150, Porto a Porto) e Cartuxa Branco (R$ 210, na Adega Alentejana). Todos conduzem a boas viagens pelo Alentejo.