Todos os anos consumidores aguardam ansiosos pelas promoções da Black Friday. Neste ano, no entanto, a principal discussão não gira em torno dos preços ou descontos, mas, sim, em relação à possibilidade de origem racista do termo usado para definir a data.

Os debates começaram quando no fim do mês passado, quando o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum, publicou na sua página no LinkedIn um adeus ao termo “Black Friday”. O objetivo da empresa é chamar a atenção do mercado sobre a origem da expressão.

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“A dois meses da ‘Black Friday’ nos deparamos com um incômodo recorrente: há anos conversamos sobre a possível origem do termo ‘Black Friday’, sobre a ausência de dados científicos que comprovem que ele realmente não se relaciona à questão da escravatura. Então, respeitando os movimentos que sentem desconforto com o termo, não teremos mais o termo Black Friday no Grupo Boticário”, anunciou Grynbaum.

Depois desta decisão, outras companhias também começaram a questionar o termo e avaliam substitui-lo. No entanto, ainda não há consenso sobre o rumo que a expressão usada na data mais esperada pelos consumidores vai tomar.

ORIGEM DA EXPRESSÃO

Não há uma definição exata de como surgiu a expressão, mas há vestígios de que a denominação surgiu no início dos anos 1990 na Filadélfia, quando a polícia local chamava de Black Friday o dia seguinte ao feriado de Ação de Graças, segundo o Uol.

Os comerciantes precisavam desovar estoques e criaram a data de promoções. Muitas pessoas se dirigiam às ruas e os congestionamentos eram enormes.

Com a segregação racial muito forte por lá e por achar que negros estavam ligados à multidão, a polícia começou a usar a expressão para denominar os problemas que poderiam ocorrer.

O termo já foi associado com a crise financeira que atingiu os Estados Unidos em 1869. Também já se referiu ao período de conforto financeiro para os varejistas. No início de 1980, foi criada uma teoria que usava a cor vermelha para se referir aos valores negativos de finanças e a cor preta para indicar valores positivos. O período negativo correspondia ao período de janeiro a novembro e o lucro acontecia no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças e permanecia até o fim do ano.