O surto de varíola dos macacos começou a adoecer milhares de pessoas em todo o mundo e uma das principais dúvidas é porque um vírus que nunca conseguiu se espalhar além de alguns casos fora da África de repente alcançou um nível global.

Um estudo da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), publicado ainda sem revisão, sugere que o surto pode ter entrado em redes sexuais altamente interconectadas na comunidade de homens que fazem sexo com outros homens.

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De acordo com a pesquisa, o surto pode continuar crescendo rapidamente se a propagação não for reduzida. Mas é importante não estigmatizar a comunidade já que outros grupos também podem ser infectados.

Desde o início de maio, mais de 2 mil casos de varíola dos macacos foram relatados em mais de 30 países onde o vírus normalmente não é visto. Os pesquisadores da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA) pediram aos pacientes que preenchessem questionários. Dos 152 que o fizeram, 151 disseram eram da comunidade.

Os encontros sexuais desempenham claramente um papel na transmissão. Das 152 pessoas no conjunto de dados UKHSA, 82 foram convidadas para entrevistas adicionais com foco em sua saúde sexual. Entre os 45 participantes, 44% relataram mais de 10 parceiros sexuais nos 3 meses anteriores e 44% relataram sexo grupal durante o período de incubação.