O agente de modelos francês, Jean-Luc Brunel, suspeito de ter sido cúmplice na rede de tráfico sexual do bilionário americano Jeffrey Epstein, foi acusado de estupro de menores e passou para a prisão preventiva, anunciou a Promotoria de Paris neste sábado (19).

O homem de cerca de 70 anos, detido na quarta-feira no aeroporto Charles de Gaulle de Paris quando ia voar para Dakar, foi acusado na sexta-feira à noite de “estupro de menores de mais de 15 anos” e “assédio sexual”, afirmou o promotor Rémy Heitz em comunicado.

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Brunel recebeu a condição de testemunha assistida pelos fatos de “tráfico de seres humanos agravado em detrimento de vítimas menores de idade para fins de exploração sexual”, como parte de uma investigação paralela realizada pela Justiça americana sobre o escândalo sexual que envolve Epstein, que se suicidou na prisão em Nova York, em agosto de 2019.

“É o que as vítimas esperavam há muitos anos, algumas há mais de 30 anos. Esta acusação materializa a palavra das vítimas”, afirmou a advogada Anne-Claire Lejeune, que defende várias demandantes.

Brunel, com um perfil discreto nos últimos anos, foi acusado nos Estados Unidos por ao menos duas mulheres de ter sido cúmplice de Epstein, levando jovens para este país iludindo-as com trabalhos como modelos.

Epstein foi acusado em julho de 2019 nos Estados Unidos de ter organizado, entre 2002 e 2005, uma rede de jovens que explorou sexualmente.

Alertado pela possível existência de menores francesas entre as vítimas de Epstein, o promotor de Paris abriu uma investigação preliminar em agosto de 2019 e se interessou pelo papel de Brunel, fundador da agências Karin Models e MC2 Model Management.

Várias ex-modelos quebraram seu silêncio para acusar diretamente Brunel de estupro.

Em outubro de 2019, uma denúncia foi apresentada contra Brunel por acusações de “assédio sexual” que não prescreveram, ao contrário de várias acusações contra ele.

Através de seu advogado, Brunel disse estar “à disposição da Justiça” e negou as acusações.