Um britânico acusado de integrar uma célula de sequestros e assassinatos do grupo Estado Islâmico (EI), conhecida como os “Beatles”, foi indiciado por terrorismo depois de sua detenção ao retornar ao Reino Unido, informou a polícia.

“Um homem de 38 anos foi acusado de vários crimes de terrorismo após uma investigação do Comando Metropolitano Antiterrorismo”, afirmou a polícia em um comunicado.

O detido foi identificado como Aine Davis, que permanece sob custódia policial.

A força de segurança informou que a detenção de Davis aconteceu no momento em que desembarcou no aeroporto de Luton em um voo procedente da Turquia, onde cumpriu uma pena de prisão por crimes de terrorismo.

Os quatro integrantes dos “Beatles”, chamados desta maneira por seus sotaques britânicos, são acusados pelo sequestro de ao menos 27 jornalistas e trabalhadores humanitários dos Estados Unidos, Reino Unido, Europa, Nova Zelândia, Rússia e Japão.

Também são suspeitos de tortura e assassinato, inclusive por decapitação, dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, assim como dos trabalhadores humanitários Peter Kassig e Kayla Mueller. Davis publicou vídeos das execuções nas redes sociais.

Dois integrantes do grupo chamado de ‘Beatles’, Alexanda Kotey (38 anos) e El Shafee Elsheikh (34 anos), foram detidos em janeiro 2018 por uma milícia curda na Síria e entregues às forças americanas no Iraque, antes da transferência para o Reino Unido.

Em 2020 foram extraditados para os Estados Unidos por acusações de sequestro, conspiração para matar cidadãos americanos e apoio a uma organização terrorista estrangeira.

Kotey se declarou culpado de participar nos assassinatos e foi condenado à prisão perpétua em abril, enquanto Elsheikh foi condenado em abril e receberá a sentença na próxima semana.

O quarto membro dos ‘Beatles’, Mohamed Emwazi, foi morto em um ataque com drone americano em 2015 na Síria.

A esposa de Aine Davis, Amal El Wahabi, foi condenado em 2014 no Reino Unido por financiamento do grupo extremista EI, depois de tentar enviar 20.000 euros (25.000 dólares na época) para o marido na Síria.