O superciclone Yasa atingiu nesta quinta-feira (17) à segunda maior ilha de Fiji, onde arrancou telhados e provocou inundações e súbitos deslizamentos de terra.

Há vários dias, as autoridades alertam sobre o potencial destrutivo dessa tempestade de categoria 5 – a mais alta.

Os serviços meteorológicos da Fiji anunciaram que o ciclone tocou terra na noite desta quinta-feira na ilha de Vanua Levu, com rajadas de até 345 km/h.

O ciclone, um dos mais fortes já registrados no Pacífico Sul, pode gerar ondas gigantes de até 10 metros.

A primeira área afetada pelo Yasa, esperado para abandonar o país na sexta-feira, foi a província de Bau, pouco povoada.

Não houve declarações oficiais imediatas sobre mortes ou danos, mas as imagens publicadas nas redes sociais mostravam telhados de ferro arrancados das casas e bairros inundados.

O primeiro-ministro do Fiji, Frank Bainimarama, alertou que o ciclone seria tão grande que todo o arquipélago sentiria seus efeitos.

Os danos poderiam ser ainda mais graves que os causados em 2016 pelo ciclone Winston, que matou 44 pessoas.

“Mais de 850.000 fijianos estão na rota do ciclone, mais de 95% da população”, disse.

– Aquecimento global –

“Em todo Fiji se espera que as chuvas intensifiquem e que os ventos sejam mais destrutivos”, disse o primeiro-ministro.

“Nas planícies, há temores de inundações repentinas e inundações costeiras e ondas que podem alcançar os dez metros”, acrescentou.

Comprometido há tempos no combate ao aquecimento global, o primeiro-ministro culpou novamente o aumento das temperaturas por esses poderosos ciclones, que costumam ser muito menos frequentes.

“O mundo está esquentando e essas tempestades estão piorando”, lamentou. “Todos devemos levar a sério esses desastres provocados pelo clima”.

As autoridades estabeleceram abrigos e pediram às pessoas que vivem no litoral para irem para terras mais altas.

Muitas casas em Fiji são feitas de madeira ou aço corrugado, materiais que as tornam particularmente vulneráveis às tempestades.

Por conta disso, as autoridades pediram à população que buscasse refúgio em escolas, igrejas ou até mesmo contêineres.

As escolas foram fechadas e o transporte público suspenso.

Em Suva, a capital, as ruas estavam desertas nesta quinta-feira pela manhã enquanto aguardavam a chegada do ciclone.

“É como uma cidade fantasma”, disse um funcionário à AFP. “Agora está tranquilo, mas dá medo porque sabemos que vai chegar”.

A agência meteorológica Weatherwatch, com sede na Nova Zelândia, informou que o Yasa é um dos ciclones mais fortes do Pacífico Sul, com uma extensão de mais de 300 km de largura.

Seu impacto está estimado para ser mais forte que o do furacão Harold, também de categoria 5, que em abril chegou às Ilhas Salomão, Vanuatu, Fiji e Tonga.