Dois anúncios vão movimentar o mercado nesta quarta-feira (4): a decisão do Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, sobre um novo aumento na taxa de juros americana, e o resultado da reunião do Copom, no Brasil, elevando a Selic.

Conhecida como “Super Quarta”, essa é a segunda vez no ano em que ambos os órgãos de política monetária anunciam no mesmo dia mudanças na programação contra a inflação, cada vez maior no mundo por conta dos impactos da Covid-19 e, mais recentemente, da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

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Nos EUA, o anúncio do Fed está programado para acontecer às 15h e deve divulgar uma elevação de 0,5 ponto percentual na taxa de juros – em março, o Fed já havia elevado a taxa no país em 0,25 ponto percentual. A agressividade do Banco Central norte-americano é uma tentativa de frear o avanço da maior inflação registrada por lá em 40 anos.

“O Fed já deixou bem claro seu comprometimento para domar a inflação e acredito que fará tudo o que for necessário para conseguir fazer isso, que vem se tornando uma grande demanda não apenas política em um ano em que temos midterms nos Estados Unidos, mas também uma demanda vocal da população americana, especialmente dos mais pobres, mais afetados pela corrosão do seu poder de compra”, disse o analista de investimentos da Stake, Rodrigo Lima.

Copom tenta frear a inflação brasileira

No Brasil, a expectativa é de que o Copom eleve a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, chegando a 12,75% ao ano e siga promovendo uma política de apertos pontuais iniciada no ano passado, quando o Banco Central adotou uma postura de controle inflacionário, até aqui sem sucesso. O anúncio está marcado para acontecer às 18h.

“Acreditamos que o ciclo de ajuste da Selic esteja próximo do seu final. Considerando-se 2023 como horizonte relevante para a política monetária, é provável que o atual patamar da taxa real de juros deva-se manter por um período considerável até que se tenha visibilidade maior do cenário econômico internacional e do processo de reversão da pressão dos componentes voláteis da inflação”, disse em nota o superintendente da Assessoria Econômica da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Everton Pinheiro de Souza Gonçalves.