Por Rodrigo Viga Gaier e Gabriel Araujo

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O ministro da Defesa, José Múcio, disse na quinta-feira que países como Suécia e Colômbia manifestaram interesse na compra do avião cargueiro militar KC-390, fabricado pela Embraer durante reuniões bilaterais realizadas na Laad, feira do setor de defesa no Rio de Janeiro.

Múcio disse ter realizado quase 20 reuniões bilaterais durante a feira e, em algumas delas, o KC-390 esteve na pauta das discussões.

“Muitos países (falaram do KC-390). Evidentemente que essas vendas precisam ser planejadas, estudadas e avaliadas, ter fonte de financiamento, garantia. Mas o conceito do KC-390 é muito grande com todos o países”, disse ele à Reuters.

“A própria Suécia falou do KC-390, outros também falaram e ele é um grande sucesso. Suécia ficou de dar uma posição, a Colômbia também interessada em fazer aquisição”, acrescentou.

Até agora, a Força Aérea Brasileira (FAB) já encomendou 19 unidades do cargueiro à Embraer. Portugal, com cinco unidades, e Hungria, com duas, estão entre outros países que já firmaram acordos para adquirir a aeronave. No ano passado, a Holanda também selecionou o KC-390 para a compra de cinco unidades.

A Reuters noticiou, citando fontes, que a Áustria enviou delegação à Laad deste ano e tem mantido conversas com a Embraer para uma potencial compra. Na feira, a Embraer também assinou memorando de entendimento com a Saab para oferecer o avião à Suécia.

O presidente da unidade de Defesa e Segurança da Embraer, Bosco da Costa Júnior, já havia dito à Reuters no início deste ano que a companhia possui o objetivo de em 2023 de materializar sua internacionalização, com foco especialmente no aumento das vendas do KC-390.

Em nova entrevista durante a feira na quarta-feira, Costa Júnior reiterou que “vários países” estavam em conversas para possíveis compras do cargueiro, embora não tenha especificado quais.

Múcio avaliou que a certificação do cargueiro pela aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pode abrir portas para a Europa e outros.

“A produção em Portugal é importante por que já atende pré-requistos da Otan. Fabricando aqui para vender lá tem pré-requisitos que não são preenchidos. A partir daí, a Embraer vai fazer com todas exigências da Otan”, disse.

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