Muitas redes de fast food se destacam pela praticidade e, como diz o nome, pela agilidade. Um modelo que condiz com rotinas intensas, e que acelerou com a pandemia – que trouxe à tona um consumidor que, mesmo com pressa, está mais consciente e preocupado com a saúde. Pensando nisso, a multinacional americana Subway deu início a uma nova estratégia de negócios que começa pela mudança na liderança. William Giudici, ex-Burger King e McDonald ‘s, assumiu o comando das operações Subway Brasil em julho. O executivo também fica responsável pela atuação em outros sete países da América Latina. “A Subway tem um DNA muito próprio, focado na customização e ‘saudabilidade’ ”, afirmou o executivo à DINHEIRO.

Giudici vê dois caminhos. No primeiro, aposta na inovação e ampliação do portfólio de produtos, com destaque aos lanches e ingredientes voltados à alimentação saudável e à linha vegana. O outro é a implementação de drive thru nos restaurantes da rede. Do total de 1,7 mil lojas da marca no Brasil sob o comando de 900 franqueados, 60% são restaurantes de rua. Essa característica reduziu o impacto do fechamento de centros comerciais e praças de alimentação no negócio, e agora poderá ajudar na logística de remodelação ao modelo drive thru.

O trajeto, porém, não deve ser tão fácil assim. O principal modelo de lojas Subway é de unidades pequenas, sem possibilidade de adequação à nova estratégia. Por isso, a partir do ano que vem as novas unidades serão construídas já com a funcionalidade. Mudança que vai demandar um investimento maior dos franqueados – hoje a abertura de uma franquia Subway está entre
R$ 300 mil e R$ 500 mil. Mas, de acordo com a empresa, o incremento deve valer à pena já que o novo canal de atendimento se relaciona com uma demanda já existente dos clientes e que foi intensificada com o isolamento social. No ano pré-pandemia, o delivery representou 15% das vendas da rede no País. Em 2020, esse índice passou para 40%.

Para Giudici, “hoje, quem não pensar em operações multicanal estará fora do varejo em pouco tempo”. Por isso, o plano é continuar ampliando diferenciados canais de atendimento. Ainda em fase de testes, a multinacional de fast food aposta na plataforma Meu Subway, uma ação inicial de last mile, responsável pela última etapa da entrega, mas que deve se tornar um aplicativo próprio de vendas, intensificando essa relação com o consumidor.

CARDÁPIO Nas operações globais da Subway, o Brasil está em quarto lugar em número de lojas, atrás de Estados Unidos (21,5 mil restaurantes), Canadá (2,9 mil) e Reino Unido (2,2 mil). Segundo a companhia, o market share cresceu 1,5 ponto no período, para 8,6%. Buscando ampliar ainda mais sua presença global, a estratégia da rede por aqui é crucial no caminho de inovação de produtos. Afinal, com o maior número de lojas da América Latina e um número expressivo de vendas, o País é o cenário ideal para dar início aos testes de produtos. É o que afirma Fabiana Suite, diretora de inovação da rede. “Os últimos lançamentos no Brasil nos deram a segurança para expandir o portfólio para toda a rede”, disse . “Temos um público que busca a customização, que é o nosso diferencial”.

Além de ampliar a quantidade de ingredientes para atender a essa demanda do consumidor, a Subway trabalha na diversificação de acompanhamentos, bebidas e sobremesas como uma forma de ampliar a competitividade no mercado. A principal aposta para o início de 2022 está no relançamento das pizzas, que chegaram ao mercado em julho do ano passado, mas não tiveram o resultado esperado. Pelo contrário. O produto virou alvo de reclamações. Um erro que, segundo Fabiana, não vai se repetir. “Era exigida uma operação mais trabalhosa do que a que estávamos acostumados”, afirmou a diretora de inovação. Agora parecem estar prontos.