Sete chamadas via satélite que supostamente são oriundas do submarino da Marinha argentina perdido no Atlântico foram detectados neste sábado, fazendo aumentar as expectativas de que a embarcação com 44 tripulantes seja localizada, informou o ministério da Defesa.

“Não foi possível estabelecer comunicação com as bases da Marinha, estamos trabalhando para estabelecer a localização precisa do emissor”, explicou o comunicado.

O porta-voz da Armada, a Marinha de Guerra argentina, Enrique Balbi, alertou, no entanto, que as chamadas foram breves e com um sinal muito baixo e isso pode complicar a triangulação necessária para a geolocalização.

O mau tempo é outro obstáculo, afirmou Balbi ao canal TN.

“As chamadas, com uma duração entre 4 e 36 segundos, foram recebidas entre as 11h52 e 16h52 (de Brasília) em distintas bases da Marinha, apesar de não conseguirem estabelecer contato”, afirma ainda o comunicado.

Os sinais foram detectados com a colaboração de uma empresa americana especializada em comunicação via satélica, esclareceu o ministério.

As buscas pelo submarino argentino “ARA San Juan”, que perdeu contato com a base na quarta-feira, prosseguiam neste final de semana.

O governo lançou na noite de sexta o estado de “busca e resgate”, segundo as convenções marítimas internacionais para intensificar os esforços para encontrar a embarcação.

O “ARA San Juan” navegava entre o porto de Ushuaia e o Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires, quando merdeu qualquer contato na Todos os navios os na zona foram convocados para informar sobre qualquer avistamento ou sinal de comunicação do submarino, assim como as bases do litoral.

“Faremos o necessário para achar o submarino o quanto antes possível”, afirmou o presidente Mauricio Macri no Twitter.

Macri viajou para Chapadmalal, a 25 km do Mar del Plata, ond e o ministro da Defesa, Oscar Aguad, e seu gabinete montaram uma base para monitorar as buscas.

ARA significa Armada da República Argentina e todos os navios da Marinha de Guerra levam esse prefixo em seu nome.

A Argentina recebeu formalmente oferecimento de ajuda por parte do Brasil, Chile, Uruguai, Peru, Estados Unidos, Grã-Bretanha e África do Sul, segundo a Armada argentina.

Três navios da Armada, um avião e um helicóptero realizam uma varredura onde o submarino poderia estar. Também colabora um avião especial da Nasa que se encontra Ushuaia (extremo sul) em missão científica e que se somou às buscas.

A Armada argentina tem duas hipóteses: que depois de ficar sem comunicação, o submarnino tenha prosseguido com sua rota para o destino final, aonde deveria chegar na próxima semana, ou que esteja emergido e sem propulsão como resultado de uma falha elétrica maior.

No último caso, navega a mercê das ondas. Segundo a meteorologia, o mar está agitado e com ventos de 90 km/hora na região.

O “ARA San Juan” foi incorporado à Marinha em 1985. É do tipo TR-1700, construído no estaleiro Thyssen Nordseewerke de Edemen, na Alemanha, em 1983.

Ele leva a bordo a argentina Eliana Krawczyk, 35 anos e a primeira submarinista sul-americana.