SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja do Brasil 2021/22 foi estimada nesta segunda-feira em 134 milhões de toneladas, recuo de cerca de 11 milhões de toneladas na comparação com a previsão de dezembro, o que deixa a produção abaixo do recorde visto no ano passado, de acordo com relatório da consultoria StoneX.

Com o corte na projeção, em meio a uma seca que atingiu Estados do Sul do Brasil, a safra do país deverá ficar abaixo do volume de 135,5 milhões de toneladas do ciclo 2020/21, conforme números da StoneX.

“A produção foi reduzida em até um quarto em algumas regiões do Sul, enquanto regiões ao norte falharam em atingir grandes produtividades, como esperado”, disse a StoneX em nota.

A produção total de milho do país foi reduzida em 2,5 milhões de toneladas na comparação mensal, para 117,5 milhões de toneladas.

A StoneX destacou que os problemas climáticos estão associados ao fenômeno La Niña, que traz chuvas mais abundantes no Norte e no Nordeste, enquanto no Sul as temperaturas sobem e o clima se torna seco.

A consultoria citou falta de chuvas também em Mato Grosso do Sul, o que tem prejudicados os sojicultores.

A estimativa de safra do Paraná foi reduzida de 22,4 milhões a 16,1 milhões de toneladas, segundo dados da StoneX, enquanto a produção no Rio Grande do Sul deverá somar 18,3 milhões de toneladas, versus 22 milhões na previsão anterior.

Em Mato Grosso do Sul, a projeção foi reduzida para 10,9 milhões de toneladas, ante 12,2 milhões na previsão de dezembro.

A StoneX manteve a projeção de safra de Mato Grosso em 37,8 milhões de toneladas.

Segundo a consultoria, a colheita já se iniciou em algumas áreas, mas o clima continuará causando impacto ao longo de janeiro e fevereiro, especialmente nos Estados onde há um ciclo tardio.

No Rio Grande do Sul, “a falta de chuvas paralisou os trabalhos no campo e, por esse motivo, o plantio ainda não terminou”.

EXPORTAÇÕES MENORES

Com a expectativa reduzida de produção na temporada 2021/22, StoneX diminuiu também a expectativa de exportações do Brasil, maior produtor e exportador global.

Os embarques para o exterior deverão somar 84 milhões de toneladas, versus 92 milhões de tonelada na previsão de dezembro e um recorde de 86,2 milhões de toneladas no ciclo anterior.

“Nas situações em que há menor oferta, o comércio exterior é o principal fator de ajuste da demanda”, disse a consultoria.

A StoneX projeta um aumento na demanda brasileira por soja para 49 milhões de toneladas, versus 47,5 milhões no ciclo anterior.

(Por Roberto Samora)

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