11/04/2014 - 21:00
Siderurgia
Depois de uma corrida pelos papéis da Usiminas, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai ter de se desfazer de parte das ações. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou com restrições as aquisições que levaram a CSN a deter 17,43% do capital social da concorrente. O percentual a ser vendido e o prazo não foram divulgados. Até a conclusão da venda, a CSN, presidida pelo empresário Benjamin Steinbruch, não poderá indicar conselheiros na Usiminas.
Pelas beiradas: Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, vinha
comprando ações da Usiminas desde 2011
O órgão regulador ainda aplicou uma multa de R$ 687 mil à CSN por ter notificado a operação após o prazo legal. Para o Cade, as duas companhias somadas concentram três quartos do mercado de aços planos, setor que tem “elevadas barreiras de entrada”, como afirmou o conselheiro Eduardo Pontual. Em poucas palavras: é um negócio que exige investimentos brutais e, portanto, é restrito a poucos competidores.
Varejo
Uma nova família para o Carrefour
A família francesa Moulin, controladora da tradicional Galeries Lafayette, luxuosa loja de departamentos com sede em Paris, comprou uma participação de 6,1% da varejista Carrefour. Pelo valor de € 1,3 bilhão, os Moulin adquiriram 44,2 milhões de ações da companhia. A negociação veio em boa hora para o Carrefour, que passa por uma reestruturação. Segundo os Moulin, o investimento é um sinal de confiança no futuro da rede.
Celulose
Fibria consolida investimentos
A Fibria, do grupo Votorantim, maior produtora de celulose do mundo, prepara um ousado plano de investimentos no Brasil. A proposta, que será apresentada ao conselho pelo presidente da companhia, Marcelo Castelli, é de investir R$ 2,5 bilhões para dobrar a capacidade de produção de sua fábrica em Três Lagoas (MS). O anúncio foi feito em meio a rumores sobre uma união de ativos envolvendo a empresa com outras duas grandes fabricantes nacionais: a Suzano e a Eldorado Brasil.
Negócios
Odebrecht investe pesado
O grupo Odebrecht planeja investir até R$ 40 bilhões nos próximos três anos, segundo seu presidente, Marcelo Odebrecht. Os setores prioritários são os de infraestrutura, onde atua por meio de concessões e PPPs, petroquímica e óleo e gás. Para o empresário, o cenário econômico não é de crise. “Tem de separar o empresário do investidor”, disse, durante um evento em São Paulo. “Nenhum país pode ficar à mercê do investidor financeiro.”
Fusão
Império de concreto
A francesa Lafarge e a suíça Holcim acabam de concluir um acordo de fusão que cria a maior produtora de cimento do mundo. Juntas, as duas companhias formam uma gigante com faturamento de R$ 100 bilhões.
Consumidor
Venda casada
Quatro grandes redes brasileiras de varejo estão sendo investigadas por supostos abusos cometidos na venda de seguros de garantia estendida. A Secretaria Nacional do Consumidor, órgão ligado ao Ministério da Justiça, instaurou processos administrativos contra as varejistas Casas Bahia, Magazine Luiza, Ponto Frio e Ricardo Eletro. Se condenadas, as companhias podem pagar multa de até R$ 7 milhões. A rede Insinuante também foi chamada para prestar esclarecimentos.
Vestuário
Moda em dobro
A varejista de moda Riachuelo vai elevar os investimentos previstos para este ano, de R$ 400 milhões para R$ 500 milhões. A meta da companhia, presidida pelo CEO Flávio Rocha, é duplicar sua área total de vendas até 2016. Atualmente, são 400 mil metros quadrados, ocupados por suas 213 lojas no País. Com mais espaço, Rocha prevê, ainda, dobrar a receita, no mesmo período. No ano passado, seu faturamento foi de R$ 4 bilhões, com um lucro de R$ 420,6 milhões.
Números
US$ 7,9 bilhões – foram as exportações do agronegócio brasileiro em março, valor que representa um crescimento de 3,7%, se comparado ao mesmo mês em 2013.
7,1% – foi a taxa de desemprego no País em 2013, de acordo com informações do IBGE, divulgadas na quinta-feira 10. Em 2012, o desemprego tinha fechado o ano em 7,4%.
R$ 400 milhões - É quanto a Ford investiu para inaugurar, na quinta-feira 10, sua primeira fábrica de motores na planta em Camaçari, na Bahia.
14.223 megawatts - foi a geração de energia térmica no Brasil em fevereiro, uma alta de 11,1% ante o mesmo mês do ano passado. As termelétricas estão operando a plena capacidade para compensar a queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas.
Carros
Curtas
A Vale poderá perder o direito de exploração da maior reserva de minério de ferro no mundo, em Guiné, na África, devido a um suposto escândalo de corrupção ocorrido antes de ela obter a concessão. Ela nega qualquer delito.
A Econ Supermercados, com 30 lojas na Grande São Paulo, entrou com pedido de recuperação judicial. A rede, fundada em 1999, enfrenta uma crise financeira, que resultou na demissão de 150 funcionários.
A Arcos Dourados, representante do McDonald’s no Brasil, foi proibida pela Justiça do Trabalho de manter menores de idade trabalhando no período noturno, sob pena de multas diárias que variam de R$ 300 a R$ 10 mil.
Prêmio
Homenagem à Dudalina
O presidente executivo da Editora Três, Caco Alzugaray, entregou à presidente da Dudalina, Sônia Hess, na segunda-feira 7, uma placa em homenagem pelo prêmio de Empresa do Ano, conferido pela DINHEIRO à companhia no anuário As Melhores do Middle Market. A empresária e o diretor de marketing da Dudalina, Edinho Vasques, foram recebidos em almoço do qual também participaram o presidente da Baker Tilly Brasil (patrocinadora do anuário), Osvaldo Nieto, seu sócio Eduardo Vasconcelos e o consultor Miguel Ângelo Arab.
Entrevista
“A sociedade não pode pagar a conta dos poluidores”
O advogado paulistano Eduardo Felipe Matias é um dos mais destacados especialistas do Brasil na área de direito internacional e ambiental. Em seu mais recente livro, “A humanidade contra as cordas”, ele faz uma correlação entre a saúde do planeta e as economias, especialmente as dos países ricos.
De quem é a responsabilidade pelos problemas gerados pelas mudanças climáticas?
Uma parcela importante se deve aos incentivos perversos e irresponsáveis concedidos em várias áreas. A humanidade não está sabendo administrar de forma correta nosso maior bem comum, que é o planeta Terra.
Mas como reduzir a pegada de carbono quando 1,2 bilhão de pessoas ainda vivem em péssimas condições?
Este é o grande dilema. No entanto, não podemos deixar de atender às necessidades dessas pessoas. É por isso que no livro eu tento traçar um panorama no qual a solução dos problemas passa pela formação de um círculo virtuoso englobando empresas, governos e população.
Qual seria o papel da tecnologia na solução desses problemas?
Sem inovações que permitam darmos um salto na gestão de energia e na redução do uso de recursos, como água, por exemplo, vai ser difícil superar esses desafios. O Estado tem um papel fundamental, especialmente como indutor em pesquisa e desenvolvimento.
(Confira a entrevista completa aqui)
Colaborou: Rodrigo Caetano