O maior grupo hoteleiro do mundo, o americano Intercontinental, agora pode dizer que desembarcou com todos os pés no Brasil. Dono das redes InterContinental, Crowne Plaza e Holliday Inn, a empresa se prepara para cortar, em junho, a fita de inauguração do primeiro Staybridge no País — a única bandeira da companhia que ainda não havia sido cravada em cidades brasileiras. O empreendimento, feito em parceria com a construtora Brascan, consumiu investimentos de US$ 80 milhões. Foi erguido numa área de 12 mil metros quadrados no bairro do Itaim, zona sul de São Paulo. Tem duas torres, uma comercial e outra para hóspedes e uma extensa área de lazer, que inclui livrarias, restaurantes, cinemas. Poderia ser mais uma inauguração de hotel, não fossem alguns detalhes. Primeiro: andando na contramão do setor, o Staybridge vai explorar o chamado segmento ?long stay? (longas jornadas). Enquanto os concorrentes investem no viajante de negócios que passa duas noites num hotel, a nova bandeira quer atrair hóspedes corporativos que permanecem mais de uma semana na cidade. ?Este é um mercado pouco explorado?, diz Dagoberto da Silva, gerente geral da rede no Brasil.

Outro detalhe que diferencia o Staybridge é seu modelo de
negócios. A rede vai trabalhar em parceria com grandes
empresas oferecendo descontos de acordo com o fluxo dos executivos durante o ano. Resumindo, uma espécie de milhagem. ?Este sistema é inédito no Brasil?, informa Silva. Nos últimos
meses, a equipe do Staybridge visitou companhias como Ambev, Bandeirantes, Telefônica, GE Capital. São grupos que não gastam menos do que R$ 2 milhões ao ano com viagens de seus executivos. ?A idéia é ter oito corporações em nossa carteira, que, juntas, vão garantir boa parte do faturamento?, diz Silva. Para o primeiro ano de atividade, ele prevê receitas de R$ 8 milhões.