A Starbucks vai investir US$ 450 milhões nas lojas existentes na América do Norte ao longo do próximo ano fiscal, abrir 2 mil lojas na região até 2025 e expandir benefícios de seus funcionários, disse a companhia nesta terça-feira. Segundo o CEO interino, Howard Schultz, essas medidas devem posicionar a empresa para uma recuperação até 2024.

Schultz, falando em um briefing com investidores, disse que os gastos com as operações e os benefícios de trabalhadores vão impulsionar as vendas e o lucro, e que os acionistas vão se beneficiar de dividendos e da possível retomada das recompras de ações. “Estamos reinventando a companhia, mas não estamos reinventando o que fazemos”, disse o executivo. “Estamos apenas reinventando a forma como fazemos.”

Executivos da Starbucks disseram que os US$ 450 milhões incluem investimentos em equipamentos, como cafeteiras e fornos mais rápidos. Algumas das 2 mil novas lojas que a empresa pretende abrir na América do Norte até 2025 terão apenas retirada no local, entrega e drive-through. A Starbucks espera que as novas lojas e os novos equipamentos acelerem o atendimento e facilitem o trabalho dos funcionários.

Schultz retornou em abril como CEO interino da companhia, prometendo enfrentar os erros recentes que, segundo ele, prejudicaram os negócios da empresa. Laxman Narasimhan foi contratado no início deste mês para suceder Schultz como CEO.

Investidores aguardam há meses os detalhes financeiros do plano estratégico da empresa. Schultz cancelou bilhões de dólares em recompras de ações logo após retornar à empresa, dizendo que o dinheiro seria mais bem gasto em operações de lojas e trabalhadores. A Starbucks suspendeu seu guidance fiscal em maio, dizendo aos investidores que os executivos precisavam de tempo para avaliar quanto custariam os investimentos. Segundo alguns analistas, os investimentos devem pesar nas margens de lucro da Starbucks neste ano, mas os gastos com a melhora das operações provavelmente ajudarão as vendas e os lucros no longo prazo.

A empresa também discutiu maneiras de tornar o trabalho mais atraente, incluindo a disponibilidade de mais tempo de licença médica, maior treinamento e tecnologia que permita que os clientes usem cartões de crédito para dar gorjetas a funcionários.

O Conselho Nacional de Relações Trabalhistas disse nesta terça-feira que certificou sindicatos em 224 das cerca de 9 mil lojas próprias da Starbucks nos EUA, e que 42 lojas votaram contra a sindicalização.

A Starbucks disse anteriormente que gastaria US$ 1 bilhão em investimentos trabalhistas adicionais neste ano, incluindo aumentos salariais. A empresa disse na terça-feira que o número de funcionários nas lojas está voltando aos níveis anteriores à pandemia e que o horário de operações voltou ao normal em locais que tinham serviço limitado por causa da falta de pessoal.