De 1983 até 2009, o Sri Lanka foi devastado por uma guerra civil entre o governo local e um grupo insurgente chamado Tigres de Tamill. A guerra de mais de 20 anos custou US$ 200 bilhões aos cofres do governo e paralisou qualquer obra de modernização no país.

Com o fim do conflito e o grande fluxo de capital chinês chegando a pequena ilha do sudeste asiático, o Sri Lanka começa a vislumbrar grandes investimentos. O principal projeto do país no momento é a Port City, um projeto criado em 2004 que planejava criar um distrito ultra moderno nos arredores da capital do país, Colombo. Com 269 hectares, o terreno tem o tamanho da zona central de Londres e tem um design que lembra as metrópoles modernos de Dubai, Hong Kong e Singapura. Após sofrer resistência de governantes e ambientalistas, a Port City começou  sua construção em 2016.

O objetivo é criar uma zona portuária que atuaria com certa independência da capital e do país, visando atrair turistas do mundo – o plano do local ter uma legislação própria é discutido no parlamento do Sri Lanka. O grande investidor da empreitada é a China Communications Construction, que durante o imbróglio da aprovação da construção, afirmou estar perdendo US$ 38 mil por dia por conta dos atrasos da obra.

Com as construções nos trilhos, a previsão é de a primeira fase fique pronta em 2020, com a conclusão programada para 2041. Caso a data seja alcançada, os custos podem chegar a US$ 15 bilhões. Os números superlativos não param por ai. Por conta da necessidade de assoreamento de algumas áreas, a construção terá que comprar cerca de 100 milhões de metros cúbicos de areia, o que custaria US$ 3,2 bilhões.

Um motivos da paralisação  do projeto foram questões ambientais. Para a criação do porto, será preciso deixar algumas áreas mais fundas, algo que poderia afetar a biodiversidade marinha e consequentemente os pescadores da região. Por conta disso, foi estipulado que a obra só poderá escavar de áreas até 5 km da costa, e que a profundidade poderá ser de no máximo 15 metros. Por conta das mudanças ambientais no local, a companhia chinesa irá separar US$ 7 milhões para ser distribuído entre os pescadores locais  durante três anos.

Já o projeto da cidade prevê a criação de áreas corporativas e verdes. O principal canal da Port City terá em sua margem um grande parque de 44 hectares além de 121 hectares de espaços de lazer e práticas aquáticas. A altura dos prédios também respeitará a natureza, com as torres diminuindo de tamanho de acordo que ficam em direção aos ventos da região para melhorar a circulação de ar da cidade, que não permitirá atividades industriais. A previsão é de que a Port City abrigue 80 mil pessoas e 250 mil trabalhadores diários.