São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal são três dos estados com maior índice de vacinação no País e já liberaram o uso das máscaras em locais abertos (no DF, locais fechados não possuem mais restrições). Em São Paulo, especificamente, o Diário Oficial desta quarta-feira (9) não indicou o que seriam esses locais abertos, muito menos o que seriam os fechados.

Apesar da falta de informação no decreto, o governador João Doria disse durante a coletiva em que anunciou a flexibilização, que ruas, praças, parques, pátios de escolas, estádios de futebol, centros abertos de eventos, autódromos e shows representam espaços abertos onde as pessoas não precisarão de máscaras. O mesmo vale para plataformas de trens da CPTM.

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Para os locais fechados, os exemplos foram esses: salas de aula, transporte público, escritório de trabalho, cinema, teatros e vagões de trens, metrôs e ônibus. A previsão feita pelo próprio governador é de em duas semanas retirar o uso inclusive nos espaços fechados, o que pode acontecer já no dia 23.

Coordenador Executivo do Comitê Científico de SP, João Gabbardo reforçou que os dados sobre infectados e mortes das últimas semanas, aliado à vacinação da população, permitem a flexibilização da regra sobre o uso das máscaras. Atualmente, 92,46% dos paulistas estão vacinados com pelo menos uma dose e 83,57% completaram o esquema vacinal com as três doses.

“Espaço fechado, obrigatoriedade do uso da máscara. Espaço aberto, seja ele aonde for, a máscara fica liberada da sua obrigatoriedade”, disse Gabbardo.

Quem deve seguir usando máscara?

A indicação do governo é a de que pessoas com sintomas gripais e as não vacinadas devem seguir usando máscara em qualquer situação e local. Imunodeprimidos, pessoas com baixa imunidade, como portadores do HIV, transplantados ou suscetíveis a infecções, devem seguir usando máscaras 100% do tempo.

A infectologista Raquel Stucchi, professora da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), acredita que é cedo para discutir a liberação de máscaras, apesar de a decisão estar apoiada em números oficiais.

“No momento, sim, é uma decisão em que temos segurança para flexibilizar o uso de máscaras no ambiente aberto. No ambiente fechado sou formalmente contra agora ou daqui a três semanas. Acho que é uma discussão que deveríamos fazer somente em agosto, quando terminar o inverno”, indicou a especialista.

Ela reforça a necessidade da proteção para os imunossuprimidos, pessoas que não se vacinaram – ou porque não quiseram, ou porque não estão em idade de vacinação –, além dos adultos que não tomaram a terceira dose e dos idosos “que deveriam estar tomando uma quarta dose”.

“Esses quatro segmentos da população correspondem às pessoas com maior risco de adoecimento grave e, mesmo em ambientes abertos ou com aglomeração, devem usar máscaras, preferencialmente as com maior poder de filtragem, tipo as PFF2”, disse Stucchi.