Após dois anos de tarifa de ônibus congelada na capital paulista, a gestão João Doria (PSDB) ainda estuda se fará aumento na passagem, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. A administração municipal também não descarta um aumento menor do que o da tarifa de trens e metrô, serviço que também deve ter elevação de preço em 2018. Oficialmente, os dois órgãos estão negociando o porcentual de reajuste, que deve ser divulgado “nas próximas semanas”.

A negociação ocorre às vésperas de a Prefeitura lançar a primeira licitação para o sistema de ônibus em 15 anos – esperada para a próxima semana. Com isso, a expectativa é de reduzir os custos do transporte na cidade.

Secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Sério Avelleda afirmou nesta terça que continuam as conversas com o governo do Estado para que o reajuste seja em conjunto, mas não descartou a possibilidade de adotar política própria. Ressaltou, porém, não abrir mão do desconto da tarifa integrada (válida para o passageiro que usa ônibus e metrô).

“Temos uma integração tarifária importante e não são mais possíveis decisões unilaterais”, disse. “O prefeito, de fato, ainda não recebeu as alternativas possíveis.” Doria, por sua vez, afirmou que “não há nenhuma decisão a respeito” e aguarda dados da comissão que estuda o tema, liderada por Avelleda.

A tarifa atual é de R$ 3,80 e o último reajuste foi em janeiro de 2016. Se corrigido pela inflação, o preço iria para R$ 4,14.

Opções. Na semana passada, a Câmara reduziu de R$ 2,3 bilhões para R$ 2,1 bilhões a previsão de verba pública em 2018 para subsidiar as empresas de ônibus. Neste ano, o gasto com o subsídio já é de R$ 2,9 bilhões, o que apertou o orçamento.

Nesta terça-feira, 12, na Câmara, o secretário da Fazenda, Caio Megale disse que há como manter a operação em 2018 com R$ 2,1 bilhões – valor que ainda pode passar por revisões, uma vez que o orçamento ainda precisa ser aprovado em 2.ª votação.

Segundo ele, é possível reduzir custos e aumentar receitas sem alterar as tarifas. “A nova licitação deve ser publicada agora até o fim do ano e, com ela, é possível se buscar ganhos de eficiência, reduzir os custos totais do sistema”, afirmou.

“Outra opção no cardápio é a licitação da bilhetagem, que hoje também traz uma ineficiência que pode ser recuperada com esse subsídio.” Megale ainda destacou ações antifraude e revisões de gratuidade. Se o valor para o sistema de transporte se mostrar insuficiente depois de definida a tarifa, “vamos fazer ação de remanejamento de subsídio, como fizemos ao longo deste ano”.

Estado

O Metrô, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), que neste ano fez concessão dos espaços de publicidade para elevar receitas, afirmou que a tarifa “ainda está em estudo”. Disse também que “o equilíbrio entre a sustentabilidade financeira” e a “qualidade do serviço” é uma preocupação constante”.