Na semana passada, 346 das 645 cidades do estado de São Paulo não registraram óbitos por covid-19. Segundo o governo paulista, isso é resultado do avanço da campanha de vacinação no estado, que já imunizou 61,52% da população com pelo menos a primeira dose.

Apesar desse bom indicador e de São Paulo apresentar também queda no número de internações pela doença, a pandemia ainda não está controlada. Houve queda de 14% nas internações e de 26,9% em óbitos, mas os casos de covid-19 voltaram a crescer. Na semana passada, o número de novos casos aumentou 0,9% em relação à semana anterior. Por isso, as autoridades alertam que é preciso manter as medidas sanitárias, como usar máscaras e evitar aglomerações.

Além disso, outra grande preocupação é que o estado vem observando aumento dos casos da variante delta, que foi identificada inicialmente na Índia. Essa variante pode se tornar prevalente no estado e está associada ao aumento do número de casos atualmente em diversos países.

Em São Paulo, a taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) está atualmente em 47,57%, e há 5.164 pessoas internadas em estado grave.

Menos vacinas

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (4), o governador de São Paulo, João Doria, disse que encaminhou ofício ao Ministério da Saúde informando ter recebido apenas metade das vacinas da Pfizer/BioNTech a que o estado teria direito. Segundo Doria, São Paulo recebeu apenas 228 mil doses do imunizante, que chegaram nesta semana ao país, e o estado teria direito a 456 mil doses.

A distribuição de vacinas aos estados pelo Ministério da Saúde é proporcional ao quantitativo populacional. Estados mais populosos costumam receber mais doses de vacina. Como a população de São Paulo é composta por cerca de 46,3 milhões de pessoas, o estado costuma receber 22% do total de vacinas distribuídas pelo Ministério da Saúde.

De acordo com Doria, o ministério não informou os motivos que o levaram a enviar menos doses que do que eram esperadas ao estado.

O secretário executivo da Secretaria Estadual da Saúde, Eduardo Ribeiro, disse que, nesta madrugada, foi surpreendido com o recebimento de metade do total esperado das vacinas da Pfizer. “Isso significa que 228 mil pessoas terão a sua imunização postergada por essa medida que reputo absolutamente inadequada pelo Ministério da Saúde”, afirmou.

A Agência Brasil procurou o Ministério da Saúde para confirmar o recebimento do ofício e uma resposta à reclamação do governador de São Paulo, mas ainda não teve retorno.