Um americano, um italiano e um russo decolaram neste sábado em direção à Estação Espacial Internacional (ISS) em um lançamento que coincide com o 50º aniversário do histórico pouso na Lua da Apollo 11.

Andrew Morgan, da NASA, Luca Parmitano, da Agência Espacial Europeia (ESA), e Alexander Skvortsov, da agência Roskosmos, deixaram o Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, às 22h28 no horário local (13h28 em Brasília), embarcando em um voo de seis horas para a ISS.

Em um comunicado, a Roskosmos indicou que seu foguete Soyuz MS-13 entrou no espaço sem incidentes e que “todas as etapas do voo se desenvolveram normalmente”.

Dos três que viajam para a ISS neste sábado, apenas o russo Skvortsov, 53 anos, nasceu durante o evento espacial que representou uma vitória dos Estados Unidos contra a URSS na corrida espacial.

Com duas missões a bordo da estação, o experiente cosmonauta será o comandante do voo que decolará das estepes do Cazaquistão e durará seis horas.

Para o americano Andrew Morgan, por outro lado, é o seu primeiro voo. Luca Parmitano já viveu 166 dias na ISS em 2013.

Durante essa missão, ele se tornou o primeiro italiano a fazer uma saída ao espaço.

“A parte mais difícil: dizer adeus e vê-los se afastando”, escreveu o astronauta Morgan em um tuíte publicado neste sábado e acompanhado por uma foto de sua mulher e quatro filhos.

Durante uma coletiva de imprensa antes do lançamento, Parmitano, de 42 anos, disse que a tripulação se sentiu “sortuda e privilegiada” por decolar no dia do 50º aniversário do pouso na Apolo 11.

O americano Morgan descreveu esses primeiros passos na Lua como uma “vitória para toda a humanidade”, mas se esquivou de uma pergunta sobre se, em sua opinião, os russos um dia andariam no satélite da Terra.

“A NASA tinha mais capacidade para realizar grandes coisas ao fazê-lo no âmbito da cooperação internacional”, afirmou.

– Trump e a Lua –

Cinco décadas depois da Apolo 11, a Rússia e o Ocidente ainda competem no desenvolvimento aeroespacial, mas na ISS, lançada em 1998, destaca essa cooperação.

Por sua parte, o presidente Donald Trump ordenou que a NASA enviem seres humanos de volta à Lua o mais tardar em 2024, em um estágio anterior a uma missão a Marte.

Esse projeto, chamado Artemis, seria o primeiro retorno ao satélite terrestre desde 1972.

No entanto, alguns especialistas consideram que esse tempo não é realista, levando em consideração as limitações orçamentárias da agência espacial americana e os atrasos no desenvolvimento da nova geração de satélites. foguetes e equipamentos necessários.

Desde 2011, os foguetes russos são os únicos capazes de enviar tripulação para a ISS. Mas o fracasso de um lançamento em outubro de 2018, os escândalos de corrupção na agência russa Roskosmos e a concorrência da empresa SpaceX de Elon Musk comprometeram essa exclusividade.

No início de junho, a NASA informou que organizará viagens turísticas a bordo da ISS pela primeira vez, operadas pela Boeing e pela SpaceX. O preço estimado de uma estada de 30 dias é de 58 milhões de dólares por passageiro.

A Rússia já enviou sete turistas para a estação e, de acordo com a Roskosmos, planeja retomar essas expedições em 2021.

No início deste ano, um acordo foi assinado com a agência espacial russa e a empresa norte-americana Space Adventures.