A infestação de gafanhotos na região do Chifre da África foi declarada “emergência nacional” na Somália, onde os insetos devastam as reservas alimentares de uma das regiões mais pobres e vulneráveis do mundo, anunciou neste domingo o ministro somali da Agricultura.

“O ministro da Agricultura declara uma emergência nacional por causa do atual aumento dos gafanhotos, que constituem uma ameaça importante para a frágil situação da segurança alimentar da Somália”, afirma um comunicado.

A Somália é o primeiro país da região que decreta uma mobilização a nível nacional para combater a praga dos gafanhotos, que está relacionada, de acordo com especialistas, com as variações climáticas extremas.

Nuvens de gafanhotos de magnitude histórica, de milhões de insetos, devastam há várias semanas amplas zonas do leste da África, após mudanças bruscas no clima. O problema pode ter consequências catastróficas em uma região afetada pela seca e as inundações.

“As fontes de alimento das pessoas de seu gado estão ameaçadas”, afirmou o ministério somali da Agricultura, pois os gafanhotos consomem grandes quantidades de cultivos e de plantas.

O governo tomou a decisão para concentrar esforços e arrecadar fundos, com o objetivo de conter a praga antes da colheita, prevista para abril.

Os gafanhotos estão presentes da Etiópia e Somália até o Quênia, onde a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) calcula que, no fim de janeiro, uma única nuvem de gafanhotos cobria uma superfície de 2.400 quilômetros quadrados, o equivalente à extensão de Luxemburgo.