Maior empresa seguradora do Brasil, a Bradesco Seguros teve lucro de R$ 3,65 bilhões no primeiro semestre de 2019, o que representa um crescimento de 16% na comparação com o mesmo período do ano passado. A expansão registrada pelo braço segurador da instituição financeira sediada da Cidade de Deus é praticamente o dobro frente aos 8,4% do setor como um todo, que faturou R$ 125,4 bilhões no período, sendo a maior expansão desde 2015, segundo dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).

Os indicadores fornecidos pela confederação não consideram o DPVAT, que tem tarifa administrada pelo governo, e a saúde suplementar, cujos últimos dados ainda são do primeiro trimestre. Ainda assim, os números da empresa escolhida pelo anuário AS MELHORES DA DINHEIRO como destaque na gestão por sua Sustentabilidade Financeira estão bem acima de qualquer métrica nacional. O resultado é doze vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do período, que avançou 0,7% de janeiro a junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Vinicius Albernaz, presidente da Bradesco Seguros, afirma que o resultado superior aos pares se deve ao fato de a companhia ter um modelo multicanal, com uma diversidade de produtos para diferentes categorias. A empresa atua nas áreas de seguro auto, residencial, capitalização, vida, previdência, saúde e dental. “Esse perfil ajuda quando a economia atravessa um momento mais desafiador”, diz o executivo. Ele cita também o desenvolvimento de produtos mais competitivos, como um plano de saúde com rede referenciada específica para o Rio de Janeiro, atendendo empresas a partir de três vidas.

Na divulgação do balanço trimestral do segundo trimestre, a Bradesco Seguros divulgou que suas provisões técnicas ultrapassaram R$ 265 bilhões, correspondentes a aproximadamente 25% do total do mercado segurador, enquanto os ativos financeiros superaram R$ 300 bilhões. Outro dado relevante no demonstrativo foi o valor pago em indenizações, resgates, benefícios e sorteios, de R$ 29,2 bilhões, o que representa R$ 233 milhões por dia útil.

Albernaz afirma ter uma visão de futuro bastante positiva, apesar de reconhecer que a recuperação econômica não veio como se esperava no início de 2019. “Mas ela virá”, afirma o presidente da Bradesco Seguros. Ele diz que as condições já postas são animadoras, com as reformas avançando – a da Previdência está se concretizando, há concessões já anunciadas e previsão de captação de novos investimentos na área de infraestrutura, enumera o executivo. “Não podemos esquecer que existe um ambiente global mais desafiador, mas temos capacidade de resiliência e o percurso de melhora está dado”. Ele diz que a taxa de juros no patamar mais baixo da história, junto com uma inflação baixa e a previsão de manutenção nesse patamar no longo prazo, são fatores que incentivam o crescimento adiante. “Esperamos uma retomada gradual, com melhora a partir do fim deste ano e, principalmente, no início de 2020”, afirma Albernaz.