Diante do caos social, sanitário e econômico que a pandemia da Covid-19 trouxe, é até difícil enxergar o lado meio cheio do copo nesta crise. Mas sempre há. Desta vez, o impacto positivo foi na filantropia corporativa. Com uma parte da população e instituições de saúde precisando de ajuda para sobreviver, as organizações empresariais – muitas das quais, já com alguma maturidade em projetos sociais – intensificaram suas ações em prol da sociedade. De acordo com o Monitor das Doações Covid-19, criado pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), as mais de 543 mil doações, entre pessoas jurídicas (95%) e físicas (5%), arrecadaram cerca de de R$ 6,5 bilhões entre março e outubro deste ano. As empresas do setor financeiro estão no topo do ranking (28%), com o Itaú como o maior filantropo individual considerando todas as categorias (19%), seguido pela Vale e JBS. Os projetos que mais receberam recursos foram saúde (75%), assistência social (19%), educação (4%) e geração de renda (2%). As doações feitas durante lives, eventos de entretenimento on-line, totalizaram R$ 17,5 milhões, sendo o show virtual feito pelos irmãos Sandy e Junior o que mais arrecadou com mais de R$ 6,6 milhões. A ferramenta de mensuração é atualizada duas vezes por semana pela ABCR com dados públicos, coletados na internet ou que são enviados para a organização.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1195 da Revista Dinheiro)