Um soldado de 20 anos matou nesta segunda-feira (9) três militares em uma base do Exército russo, onde atacou um oficial com um machado e disparou contra dois colegas, antes de ser preso após várias horas de fuga.

O ataque ocorreu às 5h (23h de Brasília), em uma base da região de Voronezh, no oeste da Rússia. O suspeito, Anton Makarov, era soldado de uma de suas brigadas.

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Segundo o comitê de investigação, o agressor matou um oficial com um machado e tomou sua arma de serviço, abrindo fogo contra outros soldados.

“Dois deles morreram, um terceiro ficou ferido”, além do oficial assassinado, segundo a mesma fonte.

Segundo uma fonte entrevistada pela agência Interfax, o ataque ocorreu no aeródromo “Baltimore”, perto de Voronezh, em um dos edifícios administrativos da base.

O jovem foi detido à tarde pelas forças de segurança.

“Atualmente, há uma investigação sobre a pessoa presa”, disse o distrito militar do oeste da Rússia às agências de notícias nacionais.

Segundo uma fonte citada pela agência estatal TASS, o soldado foi preso a bordo de um carro no trajeto até a região de Oremburgo, onde sua família mora.

Procurado pela AFP, o Ministério russo da Defesa não quis fazer comentários.

As autoridades enviaram helicópteros, drones, polícia do Batalhão de Choque e mais de 100 membros da Guarda Nacional para prender o jovem.

– O “inferno” dos vexames –

Ainda não se sabe os motivos do agressor, mas uma fonte militar citada pela agência de notícias TASS indicou que, nos últimos dias, não houve qualquer conflito com seus colegas, ou com os superiores. Por isso, privilegia-se a hipótese de que o agressor tivesse agido sob um “ataque de nervos”.

Essa fonte descreveu o jovem como alguém “extremamente irritado e desequilibrado, inclinado a tomar decisões precipitadas”.

O ataque remete a outro, ocorrido em outubro de 2019, quando um soldado russo matou oito pessoas em uma base da Sibéria, agindo – segundo disse mais tarde em uma carta – contra o “inferno” dos vexames que viveu no Exército.

Naquele momento, as Forças Armadas também argumentaram que esse soldado, Ramil Shamsutdinov, de 19 anos no momento dos fatos, agiu por causa dos “nervos”. Shamsutdinov, que espera o julgamento, pode ser condenado à prisão perpétua por “assassinato em massa”.

Em 2015, outro recruta matou um oficial e dois soldados e, depois, suicidou-se, em uma base militar da região de Moscou.

As brincadeiras feitas com os recém-chegados eram um dos piores problemas no Exército russo nos anos 1990. Nesses últimos anos, a situação melhorou muito mas, de acordo com ONGs de defesa dos direitos humanos, esses atos continuam frequentes.