A empresa japonesa de tecnologia SoftBank desistiu de um plano de compra de US$ 3 bilhões em ações da WeWork por problemas civis e criminais envolvendo a empresa de aluguel de escritórios.

Segundo a CNN, o SoftBank citou várias condições que a WeWork não cumpriu, incluindo a falha em obter até ontem (1) as aprovações antitruste necessárias para o negócio, além de “novas e significativas investigações” que complicam a startup norte-americana.

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A gigante japonesa assumiu 80% das ações da WeWork em outubro do ano passado, em um acordo de recuperação judicial que retirou o ex-CEO Adam Neumann do conselho da empresa, acusado de ingerência por parte dos funcionários e acionistas.

Em agosto de 2019, a startup norte-americana entrou com um pedido de oferta pública inicial (IPO) que movimentaria até US$ 47 bilhões no mercado de ações dos Estados Unidos, mas desistiu da oferta no final de setembro.

À época, o SoftBank entrou com um pacote de resgate no valor de US$ 10 bilhões. Neumann já estava afastado do conselho.

Os problemas gerados pelo coronavírus, com a suspensão das atividades trabalhistas nos países onde a WeWork opera, acenderam um alerta na empresa japonesa, que resolver frear o negócio.

Agora, a startup perderá US$ 1,1 bilhão em financiamento de dívida que dependia do fechamento do negócio, diz a CNN. O SoftBank comprometeu mais de US$ 14,25 bilhões no negócio, incluindo US$ 5,45 bilhões desde outubro do ano passado, mas disse que isso não afeta as previsões comerciais da empresa nos próximos anos.

Como forma de conter a crise do coronavírus na empresa, o CEO Masayoshi Son anunciou na semana passada uma liquidação de US$ 41 bilhões em ativos para recomprar ações e reduzir a carga da empresa.

Após o anúncio da desistência, as ações da SoftBank fecharam a quinta-feira em alta de 2,5% na Bolsa de Tóquio.