De acordo com a Bíblia, não só existiram, como a sua população era “pecadora” (Gênesis, 13:13; Isaías, 3:9), e foram destruídas com fogo e enxofre caídos do céu (Deuteronômio, 1).

Os cientistas britânicos Alan Bond, diretor da empresa de propulsão espacial Reaction Engines, e Mark Hempsell, especialista em astronáutica da Universidade de Bristol, decifraram as inscrições cuneiformes de uma tabuleta de argila datada de 700 a.C.

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Eles concluíram se tratar do testemunho lavrado por um astrônomo sumério descrevendo a passagem de um asteroide cujas características se assemelham à chuva de fogo que arrasou as cidades de Sodoma e Gomorra.

A tabuleta foi descoberta nas ruínas de Nínive por Sir Henry Layard em meados do século XIX. É conservada no British Museum de Londres. Ela é conhecida como “Planisfério” e há 150 anos os cientistas vêm disputando sobre seu verdadeiro significado.

Bond e Hempsell apelaram a tecnologias computadorizadas para simular a trajetória de objetos celestes. Assim reconstruíram o céu observado por esse astrônomo há milhares de anos. Os cálculos apontaram que o evento descrito aconteceu na noite do dia 29 de junho de 3123 a.C., de acordo com o calendário juliano.

Os pesquisadores interpretam que uma metade do “Planisfério” informa a posição dos planetas e das nuvens. A outra metade descreve a trajetória de um asteroide de mais de um quilômetro de diâmetro. O asteroide teria voado próximo ao chão, e as ondas supersônicas que produziu impactavam a Terra com força cataclísmica.

O destrutor fenômeno celeste não deixou cratera em Köfels, mas provocou enorme desabamento no morro sobre o qual explodiu. Esse desabamento intrigava aos geólogos. Eles não imaginavam a causa certa e procuravam a cratera provocada pelo impacto de um objeto celeste. Mas esse não colidiu ali na superfície, explodiu no ar, produzindo desabamentos.

A explosão teria gerado uma bola de fogo avançando a uma velocidade de 5 quilômetros por segundo com temperaturas de até 400ºC. Na hora de atingir a terra essa massa incandescente teria devastado por volta de 1 milhão de quilômetros quadrados.

O local da queda teria sido a 2.000 quilômetros de Köfels. Quer dizer teria caído de cheio na área do Mar Morto. Segundo Hempsell a devastação se assemelha à descrição bíblica da destruição de Sodoma e Gomorra, e catástrofes mencionadas em mitos antigos. Nenhuma forma de vida pode ter sobrevivido em tal vez centenas de quilômetros em volta do centro da queda.

Para o pesquisador, a nuvem de fumaça causada pela explosão do asteroide teria atingido o Sinai, algumas regiões do Oriente Médio e o norte do Egito. Em Köfels há traços de um impacto cósmico que provocou o desabamento de uma área de 5 quilômetros de largura.

Para Hempsell e Bond a trajetória do meteorito descrita na tabuleta leva a achar que no seu percurso, o asteroide causou pavorosas destruições numa longa faixa. Sodoma e Gomorra estavam nessa faixa e teriam sido destruídas pelo fogo e pela onda de impacto provocada.