No papel, o time a seguir forma uma seleção: os empresários João Paulo Diniz (Grupo Pão de Açúcar), Alexandre Accioly (ex-rei da noite no Rio de Janeiro) e  Luiz Urquiza (ex-banqueiro) e o técnico da seleção de vôlei masculino Bernardinho se uniram para formar a Bodytech, academia de ginástica que tem a pretensão de se tornar uma grife do setor. 

 

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O time da Bodytech: Diniz, Accioly e Urquiza (da esq. para a dir.): captação na bolsa para buscar os recursos necessários para a expansão

 

A rede, que conta com 19 endereços em cinco Estados, deve faturar R$ 130 milhões em 2010. Até aí, nenhuma novidade. O que surpreende são os planos dos sócios: praticamente quadruplicar esse valor, chegando a receitas de R$ 550 milhões em 2015. 

 

Mais surpreendente ainda: para atingir a meta, a empresa pretende abrir o capital agora em 2010. Se os planos se confirmarem, será a primeira rede de academias brasileira com ações cotadas na Bolsa de Valores. “Queremos chegar a 2015 com 150 mil alunos”, afirma Accioly. Hoje, a BodyTech possui 45 mil clientes.  “Os negócios ligados ao esporte vão crescer muito no Brasil nos próximos anos”, diz Diniz. 

 

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A abertura de capital vai permitir que a rede se capitalize e, assim, consiga os recursos necessários para a inauguração de novas academias.Até a metade do ano que vem, a ideia é investir R$ 67 milhões na construção de mais dez endereços.  Nenhum dos sócios tem dúvidas de que o investimento nas academias foi certeiro, porque o faturamento cresce perto de 20% ao ano. “A principal razão para isso é o aumento de renda no País”, diz Urquiza. “Existe uma relação direta entre renda e investimento das pessoas em saúde.” 

 

O Brasil tem hoje 15,5 mil academias e um público da ordem de 4,6 milhões de pessoas que frequentam esses espaços, segundo dados de Waldyr Soares,  presidente da Fitness Brasil, entidade que promove eventos e cursos no setor. 

 

O público está crescendo porque as academias viraram ambientes de atividade física para todas as idades. “Elas deixaram de ser locais de malhação para adultos jovens”, afirma Soares. 

 

Urquiza e Accioly se tornaram conhecidos em 1999, ao vender a empresa de teleatendimento Quatro/A para a Telefônica, por R$ 166 milhões. Depois, fracassaram com a Smart Systems, que fabricava sistemas antirroubo para automóveis, negócio que fez os dois amargarem um prejuízo de R$ 10 milhões. Resta saber qual será o futuro da BodyTech.