A Sociedade Paulista de Infectologia (SPI) divulgou uma carta afirmando que o Plano São Paulo, estratégia do governo paulista para conter a pandemia do coronavírus, é “insuficiente para reduzir a transmissão do vírus”. A entidade pede às autoridades estaduais políticas públicas mais rígidas no distanciamento social, com “lockdown” em regiões “próximas ao colapso assistencial.”

Em locais menos atingidos pela pandemia, a SPI pede que o governo do Estado implemente “restrições maiores” aos serviços não essenciais, além de toque de recolher pelo menos a partir das 20h. Outra demanda da entidade médica é pela ampliação da testagem e velocidade na vacinação. “Uma vacinação lenta, em recortes populacionais, está fadada a não resultar em proteção efetiva em tempo oportuno”, diz a carta.

Para a população, a recomendação é o distanciamento de pelo menos um metro e meio entre as pessoas, uso de máscaras bem ajustadas e higienização das mãos. A SPI também aconselha as pessoas a permanecerem em casa o maior tempo possível. “Cada medida isoladamente (e especialmente o conjunto de todas) impacta a cadeia de transmissão ou controle”, diz trecho do documento.

A SPI lembra que, em fevereiro passado, a incidência de coronavírus caiu pela metade no mundo, mas continuou acelerando no Brasil, trazendo risco de colapso “não só da saúde, mas de toda a sociedade.” A carta pontua, ainda, que não existem terapias eficazes contra a covid-19 e que a taxa de morte ou sequelas em pacientes graves é alta mesmo com os “melhores recursos assistenciais.”