BERLIM (Reuters) – O partido de centro-esquerda Social-Democrata (SPD) da Alemanha ampliou sua liderança sobre os conservadores da chanceler alemã, Angela Merkel, na última pesquisa publicada nesta segunda-feira, aumentando as chances de um governo de esquerda após a eleição geral do mês que vem.

A pesquisa do Insa para a Bild TV mostrou que o apoio ao SPD e a seu candidato a chanceler Olaf Scholz saltou 2 pontos percentuais para 25%, a maior leitura da pesquisa em quatro anos.

Os conservadores de Merkel e seu candidato a chanceler, Armin Laschet, perderam 3 pontos e atingiram a mínima recorde de 20%. O partido ecologista “Os Verdes” ficou com 16,5%, o liberal Democratas Livres (FDP) com 13,5%, o de extrema-direita AfD com 11% e o de extrema-esquerda Die Linke com 7%.

O presidente do Insa, Hermann Binkert, disse que Laschet atualmente só poderia se tornar chanceler com uma “coalizão da Jamaica” de três vias, formada pelos conservadores, cuja cor é o preto,, os Verdes e o FDP, que tem como cor o amarelo.

“Olaf Scholz teria quatro opções para liderar o governo”, acrescentou Binkert. Isso incluiu a chamada coalizão “semáforo” com os Verdes e o FDP e uma coalizão mais à esquerda com os Verdes e o Die Linke.

Outra possibilidade seria um governo de coalizão liderado pelo SPD apoiado pelos Verdes e pelos conservadores, ou pelos conservadores e pelo FDP.

Os conservadores apoiaram Laschet, prometendo partir para a ofensiva depois de vê-lo com dificuldade para ressuscitar a campanha depois de um debate com rivais.

Armin Laschet, líder da União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel, foi visto como derrotado em um debate televisivo acalorado com seus dois principais concorrentes no domingo, de acordo com uma pesquisa feita em seguida, e sondagens mostram seu partido ficando atrás do SPD.

Laschet vem sendo criticado desde que foi flagrado em vídeo rindo durante uma visita do mês passado a uma cidade atingida por uma inundação, mas dirigentes graduados do partido elogiaram seu estilo combativo no debate de domingo, embora isto não tenha parecido conquistar eleitores de imediato.

“Temos que lutar durante as próximas quatro semanas”, disse Jens Spahn, aliado de Laschet e ministro da Saúde da CDU, à Bild TV, rejeitando as insinuações de que a aliança conservadora deveria descartar Laschet em favor do conservador bávaro Markus Soeder.

“Não se troca de técnico durante o jogo”, disse Spahn.

A queda da CDU assinala um declínio notável para a sigla depois de 16 anos no poder e quatro vitórias eleitorais nacionais seguidas com Merkel, que planeja deixar o cargo depois da eleição.

Soeder, que no início deste ano concorreu contra Laschet para ser o candidato conservador a chanceler, disse que seu antigo rival havia lançado uma boa base para o próximo debate a três em duas semanas.

Laschet minimizou nesta segunda-feira a pesquisa pós-debate, que mostrou que, dos eleitores entrevistados pelo instituto Forsa, 36% acreditaram que o candidato do SPD, Olaf Scholz, venceu, seguido pela candidata dos Verdes, Annalena Baerbock, com 30% e Laschet com 25%.

(Por Alexander Ratz, Andreas Rinke e Christian Kraemer)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5047 2838))

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