A neta de um dos co-fundadores da Disney, Abigail Disney, voltou a criticar o alto salário dos executivos do grupo. Depois de classificar como “insano” o pagamento de US$ 66 milhões para o CEO Bob Iger, a neta de Roy Disney escreveu um artigo no jornal Washington Post propondo que a empresa dê metade dos bônus pagos aos diretores para a parte mais pobre dos trabalhadores.

“Acredito que a Disney poderia liderar o caminho, se seus líderes assim o escolherem, para uma maneira mais decente e humana de fazer negócios”, disse a cineasta e ativista social.

Segundo relatórios da própria Disney, seis dos maiores executivos receberam mais de US$ 60 milhões no ano passado. O conglomerado de mídia e parques temáticos possui mais de 200 mil funcionários.

“Um executivo desistindo de metade de seu bônus não afeta em nada sua qualidade de vida”, ela escreve. “Para as pessoas na base, isso poderia significar um ingresso para sair da pobreza ou da dívida. Isso poderia oferecer acesso a cuidados de saúde decentes ou educação para uma criança”, afirmou.

No ano passado, a empresa da Disney assinou um novo acordo com sindicatos que elevaria o salário mínimo dos trabalhadores do Walt Disney World Resort a US$ 15 por hora até 2021, enquanto os funcionários da Disneylândia tiveram aumento no início deste ano. O governo do EUA estabelece o pagamento mínimo de US$ 7,25 por hora.

A herdeira de Roy Disney disse que, apesar de reconhecer que os diretores mereçam os bônus, as “pessoas que contribuem para o sucesso também merecem uma parcela dos lucros que ajudaram a fazer acontecer”.