Um estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, revela que alguns sobreviventes da Covid-19 carregam “autoanticorpos”, que têm como alvo o material genético das células humanas em vez do vírus. Esta resposta “imunológica” pode deixar o paciente com Covid-19 em estado grave. Também explicaria por que alguns sobreviventes têm problemas persistentes meses depois da cura e do vírus ter desaparecido de seus corpos.

Foram analisados 52 pacientes com Covid-19 grave internados no sistema de saúde Emory, em Atlanta (EUA), sem histórico de doenças autoimunes. Foram detectados autoanticorpos em quase metade dos pacientes. Entre os mais graves, 70% tinham autoanticorpos, de acordo com as informações divulgadas pelo site R7.

+ Wuhan, berço da Covid-19, recebe milhões de turistas em semana festiva 
+ Fabricante de anticorpos sintéticos contra a covid-19 publica resultados positivos

Essa memória de autoanticorpos ocorre também nas doenças autoimunes, afirma o estudo. A descoberta pode contribuir para o tratamento da covid-19 pois ajuda a identificar pacientes que possam se beneficiar de tratamentos usados para doenças autoimunes, como Lúpus e artrite reumatoide. Essas doenças ainda não têm cura, apenas tratamentos que reduzem a frequência e a gravidade das crises.

Normalmente, os linfócitos T são capazes de reconhecer e combater o vírus, mas em doenças autoimunes como o lúpus, em vez disso, elas produzem autoanticorpos que se confundem com o vírus – algo que ocorre de forma semelhante com a covid-19, aponta o estudo.