Parecia que a Copa do Mundo, vencida pela França, não seria boa para os vinhos. Primeiro, a Itália e o Chile, dois grandes produtores de bons brancos e tintos, nem se classificaram para a competição. A temida Alemanha caiu na primeira fase e, com ela, foram seus divinos rieslings. Depois Portugal e Espanha não passaram das oitavas de final. Argentina, Uruguai e Brasil caíram na etapa seguinte.

Só a França seguia firme, no futebol e no vinho – e isso me lembrou uma entrevista com o jogador brasileiro Jussiê Vieira, que fez sucesso no time de Bordeaux. Ele conta que não eram raros os convites para os jogadores conhecerem as melhores vinícolas depois de vencer os campeonatos (hoje, aposentado do futebol desde 2016, ele é dono da Juss Milessime, uma importadora que traz vinhos franceses para o Brasil).

Mas, voltando à Copa, dos quatro melhores classificados, apenas a Inglaterra poderá, quem sabe, um dia ameaçar a França com seus espumantes que ganham qualidade e preço a cada safra, mas seu time terminou em quarto lugar.

Na final, entrou a França, com a torcida do deus Bacchus, para manter a pronúncia francesa. Mas o que poucos sabem é que a Croácia também tem os seus vinhos – no Brasil, as importadoras Mistral e Decanter têm alguns rótulos do país no catálogo. A história vínica da Croácia é bem antiga, data do século IV a.C. e cresceu e ganhou consistência durante a ocupação do Império Romano.

Nos tempos modernos, a viticultura croata sofreu muito com a guerra para se tornar independente da Iugoslávia nos anos 1990. A viticultura vem crescendo desde então e tem foco nas variedades locais. Nas brancas, as uvas principais são a grasevina, a malvazija istarska e a posip. Nas tintas, a plavac mali e, mais a recentemente, a babic.

Sobre os vinhos franceses, seria preciso um tratado para escrever sobre eles. O melhor é abrir um champanhe e comemorar a sua conquista.