Por Gram Slattery e Sérgio Queiroz

RIO DE JANEIRO (Reuters) – Mais de 100 pessoas estão desaparecidas ou confirmadas como mortas no Brasil, disse o governo neste domingo, quando deslizamentos de terra e grandes inundações causadas por fortes chuvas atingiram vários bairros urbanos no nordeste do país.

Foi a quarta grande inundação em cinco meses, ressaltando a falta de planejamento urbano em bairros de baixa renda em grande parte do Brasil, onde as favelas são frequentemente construídas em encostas propensas a desmoronar. A destruição também ocorre quando os cientistas começam a questionar se os ciclos anormais de chuva na maior nação da América Latina podem ser resultado das mudanças climáticas.

Até a tarde de domingo, 56 pessoas haviam morrido no estado de Pernambuco e uma no estado vizinho de Alagoas, na região Nordeste, de acordo com uma mensagem postada no Twitter pela Defesa Civil Nacional, responsável pela gestão de emergências. Outras 56 pessoas em Pernambuco estavam desaparecidas.

Entre esses dois Estados, mais de 6.000 pessoas chegaram aos pontos de ajuda designados pelo governo e mais de 7.000 estavam hospedadas com amigos ou parentes, informou a Defesa Civil Federal.

Em um post no Twitter, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse que chegaria a Recife, capital de Pernambuco, na manhã desta segunda-feira.

“Nosso governo disponibilizou, desde o início, todos os meios, inclusive as Forças Armadas, para ajudar os atingidos”, escreveu.

No final de dezembro e início de janeiro, dezenas foram mortas e dezenas de milhares deslocados quando as chuvas atingiram o estado da Bahia, também localizado no Nordeste do Brasil. Pelo menos 18 morreram em inundações no estado de São Paulo no final de janeiro. Em fevereiro, chuvas torrenciais no estado do Rio de Janeiro mataram mais de 230.

(Reportagem de Gram Slattery)