O Facebook endureceu suas políticas de moderação de conteúdos nesta sexta-feira (26), ao proibir mais tipos de mensagens de ódio nos anúncios publicitários e começar a colocar etiquetas de advertência nas publicações consideradas problemáticas que decida não apagar.

A plataforma agora suprimirá os anúncios que digam que as pessoas de determinadas origens, etnias, nacionalidades, gênero e orientação sexual são uma ameaça para a segurança ou a saúde dos demais, disse o CEO da rede social, Mark Zuckerberg, em um comunicado divulgado em seu perfil no Facebook.

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A maior rede social do mundo recebe há semanas uma enorme pressão por parte da sociedade civil, assim como de alguns dos seus funcionários, usuários e clientes, que exigem que a plataforma seja mais dura na forma de lidar com os conteúdos de ódio.

Organizações como a Liga Anti-Difamação (ADL) e a associação afro-americana de defesa dos direitos (NAACP) pediram aos anunciantes que boicotassem o Facebook como forma de pressioná-lo a verificar melhor o conteúdo dos grupos que usam a rede social para incitar ao ódio, ao racismo ou à violência.

A solicitação foi respondida pela gigante de alimentos e cosméticos Unilever, a empresa americana de telecomunicações Verizon, a sorveteria Ben & Jerry’s, e empresas de artigos esportivos como Patagonia, North Face e REI, além da agência de vagas de emprego, Upwork.

Nesta sexta, Zuckerberg falou sobre a preparação da plataforma para as eleições presidenciais de novembro, e disse que as medidas tomadas são o resultado “direto das sugestões recebidas de uma organização que defende os direitos humanos”.

“As eleições de 2020 já foram anunciadas, e isso sem mencionar as complexidades relacionadas à pandemia e aos protestos que pedem por justiça racial em todo o país”, afirmou o CEO.

Zuckerberg prometeu que suas equipes foram mobilizadas para combater qualquer tentativa de impedir a votação (principalmente das minorias).

Mesmo sem menção explícita, ele comentou sobre o incidente que provocou protestos contra o Facebook.

Ao contrário do Twitter, no final de maio essa rede social se recusou a moderar controversas mensagens do presidente Donald Trump, uma sobre votação por correio (que tratou como sendo fraude eleitoral) e outra sobre os protestos após a morte de George Floyd, um homem negro que morreu ao ser sufocado por um policial branco em Minneapolis.

O Twitter decidiu ocultar os comentários do presidente e reduzir a circulação em potencial do que ele escreveu, embora permitisse a visualização do tuíte.

A partir disso, o Facebook se posicionou no meio do caminho entre remover conteúdo e não intervir nas publicações, como era sua política até agora.

“Os usuários poderão compartilhar esse conteúdo para criticá-lo, mas colocaremos uma etiqueta para informar às pessoas que o conteúdo compartilhado pode violar nossas regras”, informou Zuckerberg.