O economista Paulo Tafner, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP), avalia que a aprovação da reforma da Previdência com apenas a mudança da idade mínima para a aposentadoria vai gerar impacto fiscal “razoável”, mas “insuficiente” para melhorar as contas públicas brasileiras. Durante debate de economistas em evento da XP Investimentos, neste sábado, o especialista avaliou que, se o esvaziamento da reforma da Previdência ocorrer, já em 2019, com o novo presidente, podem ter que ser discutidas novas mudanças nas aposentadorias. O esvaziamento excessivo da reforma pode levar o governo também a ter de elevar impostos, segundo ele.

Alguns economistas e políticos em Brasília não descartam que o texto da Previdência tenha que sofrer novo esvaziamento para que o governo consiga passar as medidas no Congresso, por causa da crise política. Uma das possibilidades seria manter apenas a idade mínima para a aposentadoria, deixando os outros pontos para o novo presidente.

Ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que pode ser preciso uma nova rodada de conversas sobre a Previdência, mas descartou que o governo discuta reduzir a idade mínima para a aposentadoria. No evento da XP neste sábado, outros economistas, como Zeina Latif e Eduardo Giannetti da Fonseca, também destacaram a necessidade da mudança. “Esta reforma é de primeiríssima ordem”, disse Giannetti.