Os 4,2 milhões de usuários do serviço de TV por assinatura no Brasil já não são suficientes para saciar o apetite da Turner Broadcasting Systems (TBS). Dona de marcas de prestígio (como o canal de notícias CNN, o Cartoon Netwoorks , o TNT e o Boomerang), a empresa acaba de fechar um acordo com a Claro. Com isso, os clientes da operadora de telefonia poderão assistir na telinha do celular diversos programas da TBS. Para a direção da companhia, mais que o tamanho da tela, o importante é vender conteúdo para um número cada vez maior de pessoas. E esse acordo é apenas um exemplo da política comercial agressiva adotada pela subsidiária do império fundado pelo magnata americano Ted Turner. A TBS é uma das principais estrelas da constelação Time Warner, cujas receitas globais somam US$ 43,6 bilhões. Quem comanda essa estrela é Louise Sams. Na última semana, ela esteve no Brasil e gostou do que viu. Também pudera. De janeiro a setembro, a receita publicitária da filial cresceu 32% comparando-se com igual período de 2005. ?O Brasil é a nossa prioridade na América Latina?, disse Louise à DINHEIRO. Uma prova disso é o aumento da produção de filmes, desenhos e programas nacionais, muitos deles feitos em parceria com produtoras locais. A lista inclui: Cartum Netiuorque, Cartunistas, Projeto ONG, Projeto 48 e Pixcodelics. Esse último foi exportado para os demais países do continente, um feito até então inédito na história da subsidiária.

 

E no que depender da presidente da TBS, isso é apenas o começo. ?Vamos ampliar índice de conteúdo local em nossa programação?, afirma. Seria o caso, então, de apostar em uma versão da CNN em português? Louise diz que ainda é cedo para isso. O acordo com a Claro, no entanto, não vai fazer com que a tela convencional seja deixada de lado. Muito pelo contrário. A presidente da TBS mal vê a hora de entrar em cena a TV Digital. Para ela, a polêmica em torno da definição do padrão tecnológico, cuja opção recaiu sobre o modelo japonês, não afeta a estratégia da empresa. ?Somos agnósticos em matéria de tecnologia, porque temos capacidade de nos adaptar a qualquer modelo?, explica. Segundo ela, o mais importante nessa história é a possibilidade de multiplicação dos canais existentes, além da interatividade. O padrão digital permite oferecer o Video On Demand, serviço que, na prática, transforma a TV em uma locadora de filmes. ?Temos marcas e produtos consagradas e isso nos garante uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes?, aposta.