As empresas distribuidoras de gás liquefeito de petróleo (GLP) “estão de olhos abertos em investimentos na área de infraestrutura” para importar o derivado de petróleo sempre que os preços praticados pela Petrobras superarem as cotações internacionais, segundo o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello.

Ele argumenta que, até então, sem uma política de preço definida, não era possível investir em infraestrutura logística que possibilitasse trazer o GLP do exterior. Essa passa a ser uma alternativa após o anúncio feito pela Petrobras nesta quarta-feira (7) de que revisará os preços do gás de cozinha mensalmente, seguindo cotações internacionais e variação cambial, além de margem de 5%. A fórmula não considera, porém, os custos de importação. Por isso, segundo a estatal, não é possível afirmar que esteja praticando paridade internacional.

Pelas contas do Sindigás, a Petrobras vende o gás de cozinha, para fins residenciais, a preços 15% inferiores aos de importação. Já os preços cobrados da indústria e do comércio estão cerca de 50% acima da paridade internacional, o que abre espaço para importação.

O Sindigás calcula ainda que o preço do gás de cozinha, reajustado em 6,7% a partir desta quinta-feira, 8, suba de 5% a 9% nos polos de suprimento. Não foi feita uma projeção de quanto ficará mais caro para o consumidor final, pois isso depende de decisões do revendedor, que pode repassar ou não o aumento aos seus clientes.