O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) aprovou em assembleia realizada na tarde desta terça-feira, 28, uma nova greve de ônibus na capital paulista, a começar a partir da meia-noite. Essa é a segunda vez que a categoria paralisa os serviços em menos de um mês.

Segundo o secretário geral do Sindmotoristas, Francisco Xavier da Silva, o Chiquinho, a greve foi aprovada pela categoria após as empresas de ônibus não terem atendido nem negociado cinco cláusulas que ficaram pendentes desde a última paralisação. Ele afirmou que o prazo para uma contraproposta se esgotou na última quinta-feira, 23.

Hoje, os motoristas e funcionários reivindicam que a hora do almoço seja remunerada; o pagamento das horas extras a 100%; a participação nos lucros e resultados (PLR); o “fim das monoculturas do setor de manutenção”; e a promoção para o setor.

No último dia 14, a categoria também realizou uma greve que durou da meia-noite às 15h20 daquela terça-feira. A paralisação foi considerada legal pela Justiça do Trabalho e resultou em uma negociação entre o sindicato dos motoristas e a entidade que representa as empresas, que estabeleceu o pagamento do reajuste de 12,47% contado a partir de maio.

Servidores do BC decidem continuar greve até último dia possível para reajuste

À época, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que iria estudar se o repasse financeiro para que as empresas banquem o aumento das categorias viria de maior subsídio do Município ao setor ou de aumento da tarifa, hoje em R$ 4,40. “Vai depender da quantidade de passageiros. Se entra bastante passageiro, aumenta a receita e diminui a diferença para dar o subsídio”, disse ao Estadão.

Em nota enviada à reportagem, o sindicato patronal, representado pela SPUrbanuss, disse que “lamenta mais essa paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus, com terríveis consequências para a mobilidade da população”. A entidade também cobrou que os profissionais “não penalizem os passageiros” e cumpram a determinação adotada pela Justiça na última greve, de colocar em operação 80% da frota nos horários de pico.

A Prefeitura ainda não comentou a decisão da categoria.